quarta-feira, 25 de maio de 2011

Príncipe Encantado;




Fechei a janela, a cortina e coloquei um moletom grosso, por que era previsto que viria um frio escandaloso durante a noite. Deitei na cama e senti um abraço quente me puxando para perto, um beijo no pescoço, um beijo nas costas, um beijo na testa e por fim, um beijo apurado na boca. Suspirei, e recostei minha cabeça no travesseiro por entre os braços dele, dele mesmo.

Falei três palavras mágicas e recebi naquele escuro e debaixo das cobertas quentes, o sentimento recíproco, a mágica, o brilho nos olhos e um sorriso apaixonado, eu estava prestes a dormir ou achar que já estava sonhando, então o beijei o nariz e deixei escorrer uma lágrima de felicidade, típica de mim quando o coração dispara daquele jeito. Abri os olhos e lá estava ele me olhando, como se eu fosse um dos prêmios que ele havia conquistado ou, uma saudade que ao invés de ficar apenas no passado, permaneceu no presente e tende a ficar para o futuro.

Dei uma risada baixinha, e como de costume falei com voz de criança e o fiz dar um sorriso de canto, fiz cócegas, beijei seu ouvido, sua testa e por fim, seu queixo, me senti como nos velhos tempos, colei minha mão na dele e ali permaneceu. Eternizei por um momento, o sentimento que deveria ser eterno. Durante a noite me cobriu, me puxou mais ainda para perto como se fôssemos um e me esquentou as costas, era ele uma bela bolsa de água quente, o remédio para minhas dolorosas cólicas.

Meu sono leve, seu sono pesado, ambos sempre opostos. Acordei realizada como todas as vezes e o assisti dormi por um instante, ele pertencia à mim e sabia exatamente desse detalhe, e no fundo das circunstância ele aceitava isso, quase como um presente, adormeci de novo com aquele cheiro que me fascinava sempre.

Conhecia como ninguém aquele shampoo e a pinta que temos no mesmo lugar, sabia pela respiração se o mesmo estava irritado, estressado ou calmo. Eu era capaz de reconhecer de longe se as coisas estavam dando certo ou se ele estava com vontade de me beijar e até mesmo aquela respiração ofegante, às vezes, somente às vezes.

O melhor de tudo é saber que nada disso é um sonho, é saber que não é preciso idealizar momentos com meu Príncipe Encantado, por que ele existe e mesmo não tendo uma carruagem, tem um coração de ouro, tem algumas reações que me enchem de orgulho e no futuro, me quer ao seu lado, como amiga, namorada, amante, irmã, como princesa, como confidente, como conselheira, como criança ou de todos os jeitos que o amor da nossa vida pode ser.

P.s: Eu te amo

domingo, 8 de maio de 2011

Suspiro;



Alguém ai, tem um par de braços para me emprestar?
Ou, que tal uma mão para me levantar?
Alguém nessa esquina tem bons ouvidos para escutar minha dor gritar?

Eu tenho estado cansada de ter mil ouvidos para me escutar, mil bocas para me dizer o que fazer e no final não ter nenhum coração sequer para me recompensar, tenho estado cansada de cair e não me levantar por semanas, dormir por horas, chorar até o olho doer para fechar, pensar até a cabeça pedir socorro e não encontrar saídas.

Alguém nesse mundo tem algum conselho que não seja tirado da lata do lixo para me soletrar? Alguém sabe falar algo que não seja: vá em frente? Por que se tiver, por favor, meu endereço continua o mesmo.
Alguém por ai tem alguma energia positiva para me passar? Um elogio construtivo, uma crítica que não doa, alguma notícia que reanime minhas 24 horas incensáveis? Por que bem, se tiver a euforia será dobrada.

Será bem-vindo nesse cardápio complexo músicas que não sejam românticas, histórias de amor que terminem bem, dores que foram curadas e sentimentos recíprocos, será bem-vindo a volta, a rotina, o carinho, a compreensão e principalmente a amizade. Encontrei nesse beco escuro, meus amigos de verdade!

Ergui a mão com calma, quase sem forças e abanei. Sorri de canto, quase sem jeito e envergonhada. Do outro lado da rua avistei-o. Doeu. Muito mais do que dor, senti desespero, vontade de morrer, correr ou qualquer coisa que tirasse de mim o sentimento de lembrança. Alguém ai tem um lenço para me dar?

Querem agora leiloar meus sentidos? Vamos à guerra a partir de agora? Querem fuzilar meu coração? Venham em frente, sem escudos contra esse garota pequena demais. Não ousem falar palavras rudes, ou nem sequer falem, apenas venham de frente, de lado ou se quiserem de costas. Estarei sentada, depois do golpe que levei e de olhos fechados pra conter qualquer lágrima durante o tempo em que a lembrança durar. Mas estarei aqui e se for para exterminar, que seja de vez. Para poder me erguer, para criar outro labirinto, para eu me sufocar de novo, para eu poder correr e achar graça naquele mesmo céu estrelado que avistara quando aquele abraço ainda era dado com gosto.

Suspirei, nunca o escuro havia feito tão bem. Me cobri e fechei os olhos, por vezes tudo parece surreal, por horas eu achava que estava em um pesadelo que ardia nas minhas veias, que fazia com que meus músculos doessem e minha cabeça latejasse, não está na hora de ir embora? Desde que não me leve consigo, obrigada eu agradeço.

Alguém ai pode me dar notícias, alguém sabe se pode se amar outra vez? Por que no meu dicionário a palavra amor, só existe uma vez e eu não sabia que ela poderia ser apagada, ao menos não por mim. Será que há alguma aula de sentimentos que eu perdi? Aula verbal, oral? Esqueceram de me ensinar como não sofrer, como não correr atrás, como me amar bem mais.

Permaneci paralisada, como manequim de vitrine, a única diferença era que por dentro eu tinha algo muito mais precioso, algo que ardia, não somente em fogo, mas em esperança. Enquanto a manequim é exemplo de beleza, eu sou o total exemplo de sentimentos puros e fortes, não sei se isso me torna tão bela quanto ou se alguma diferença faz, só sei que por tempos, fui recompensada e bem, para continuar sentindo e lutando contra aqueles que querem matar qualquer sentido que tenho por dentro e que me reflete por fora :)