sexta-feira, 29 de julho de 2011

Expectativa




Tá tudo bagunçado. Bagunçado pra caramba. E o pior é que eu não tô falando do meu quarto.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Eu me quero de volta;


Seria bem impossível admitir isso há alguns meses atrás, por que eu realmente achava que as coisas haviam mudado para melhor e que eu estava outra pessoa, amém! Voltaram à tona os sentimentos indomáveis e a razão era descartada logo na primeira jogada, não haviam pensamentos, eram ações em cima de ações e palavras - que não foram jogadas ao vento - mas, voltaram, principalmente na contramão, e me deixaram em qualquer lugar que não fosse um refúgio e me trouxesse calma.
Eu não conseguia se quer apertar um botão e desligar-me, como era de prachê naquela época, eu me preocupava com respirações e suspiros muito suspeitos, e corria atrás até mesmo quando eu deveria ficar na cama, até mesmo quando o jeito era ir engatinhando, eu era desistir quando as coisas não eram pra mim, o que aconteceu comigo?
É amor ou teimosia?
Eu era daquelas que amava mais que à mim e garotas melhores não existiam, se eu conquistava era por que eu tinha o poder de mantê-lo aqui, eu também era a PRIMEIRA a chamar de meu e atar uma coleira, dar crise de ciúmes e ameaçar ir embora, eu tinha o prazer de dizer que haviam vários atrás de mim e que minhas fotos eram irresistíveis - mas somente as fotos - eu adorava mostrar que me perder era fácil e conquistar era difícil, eu amava ser um mistério e não admitia que ninguém me conhecesse melhor do que eu mesma, e agora?
Eu me sinto totalmente entregável ao seu olhar - que pode não ser fascinante - mas, me atrai feito imã na geladeira e te vejo ir embora, por opção ou destino e te espero (coisa que nunca foi da minha pessoa) na cama ou até mesmo no guarda-roupa, se você prometer voltar. Guardo até mesmo os papéis do cinema, aliás, odiava pessoas que guardavam qualquer cacaria ou pedaço de papel, ou flores e agora, por ser boba ou apaixonada, escondo nas páginas do livro rosas que você me entregou tremendamente apaixonado.
Eu me quero de volta, rude e insensível e poder deixar você esperando nas ligações ou na frente do cinema, como eu era acostumadíssima a fazer e desacostumei quando você foi intrigante e apareceu com aquela camisa xadrez na escada rolante, eu me quero de volta para saber o que fazer da vida, me quero de volta para quando a solidão me pegar eu rir e saber lidar com ela, por que agora tá difícil e você não sabe como. Eu me quero de volta para ter horas vagas antes de dormir e poder pensar em mim e não somente em você, seu egoísta! haha
Eu me quero de volta para ser menos teimosa com assuntos nem tão importantes e me quero de volta parar tentar ser menos insegura quanto aos garotos, pois temo te perder a cada milésimo do dia e esse pressentimento não cessa, nem quando você deita do meu lado e olha pro nada, ou faz planos andando comigo na rua, ou me leva para comer aquele subway perfeito com adicional de cream cheese. Eu me quero de volta, não somente por mim, mas por você também, eu quero deixar de ser tão boa, você entende? Não com sentimentos, mas com o ser humano, que ilude, grita, pisa e depois tenta mas não consegue jogar fora.
Eu era contra ligações que envolviam química e para chegar perto do meu coração você precisava primeiramente de um escudo, agora me responde, que diabo de arma você usou para chegar não só no coração, mas em todas as células nervosas do meu corpo, que é pra quando você chegar perto elas vibrarem, e assim, só assim, entramos em sintonia.
Entrar em sintonia vale muito mais do que pegar qualquer garota perfeita no cinema e beija-lá durante o filme inteiro, estar em sintonia com alguém é permitir que cada um durma no seu canto, é permitir que o silêncio invada o quarto ou só assistir tv de mãos dadas, isso resumiria uma noite perfeita para quem conhece as ligações químicas e físicas em qualquer relacionamento, seja ele recente ou de longas datas.
Mas me quero de volta principalmente parar dizer-te, ou gritar na janela do seu quarto, que valho, e valho muito mais do que um rosto ou corpo bonito e que meu coração bate somente por você, não importa a ordem, nem o fator. Que não suporto me imaginando com outros garotos e que do seu olhar verdadeiro só eu posso provar, que somente eu posso te irritar daquele jeito que te faz tremer e me mandar ir embora e nunca mais voltar, não é? E depois de algumas horas, marcar de irmos para qualquer lugar que seja com você, só com você.
Me querer aqui, de novo não é uma questão de egoísmo, é questão de amor próprio, mas acredite em mim, nos meus amores, paixões e sonhos você tem o seu lugar garantido, sem precisar pedir, sem precisar olhar, sem precisar estar sempre ao meu lado.

Eu te amo e não é pouco <3

sábado, 23 de julho de 2011

Infância;

Era naquela época em que um 'não' do pai e da mãe doía muito mais do que um 'não' do garoto que a gente gostava, era naquele tempo em que o cabelo das bonecas era muito mais valioso do que o sorriso daquele garotinho bonito, um ano mais velho.
Os brinquedos eram melhores do que um abraço e quando meninos e meninas chegavam perto era tão cafona. Os joelhos ralados doíam muito mais do que quando o guri que você gostava não dava bola, aliás você ainda tinha os brinquedos, e até a professora pra te dar um abraço.

A escola era o lugar em que você ia pra se divertir e teus colegas eram todos bons, não havia a mais popular, nem o nerd, nem o fundão. Todos brincavam juntos, a ingenuidade ainda reinava e mentiras não existiam no vocabulário. As festinhas eram apenas de aniversário, com salgadinho e bastante refrigerante, a coisa que mais nos deixava malucos eram as músicas ou o balão surpresa.
O que nos deixava acordado durante a noite não era a prova no outro dia, ou o garoto lindo mas, sim o bicho papão no guarda-roupa, nossos pedidos ao papai do céu eram bicicletas, bonecas e não proteção enquanto não estivéssemos por perto, amigos eram imaginários e abraços somente da mamãe. Planos somente para as férias, nunca para um futuro distante.

Depois de uma idade (não sei qual), as coisas mudam, seus olhos mudam, seus objetivos, a cor da pele, do cabelo e o jeito de andar, depois de um período até o jeito como você penteia os cabelos muda. Você fala, alguns não dão ouvidos, você chora e o mundo continua girando, você grita, você corre, você abraça, você se apaixona, e o mundo? Ele continua girando!
Você cria afinidades, inimigos, amigos, grupos, você cria expectativas, momentos, sonhos, imagens, você conquista pessoas, sentimentos, cria confiança, amor, honestidade e o mundo continua girando, não por que você quer, aliás, se você quisesse o mundo pararia em todos os momentos em que você sorria ou sorri. A vida é injusta, esqueceram de contar isso na infância, onde tudo parecia mais fácil do que realmente é, e você assim como todas as vezes viveu de ilusão, viveu dos sonhos ou de objetivos, já que você queria ser médica, professora, advogada, bailarina e astronauta.
Você também queria ajudar o próximo, e depois de um tempo resolveu ajudar à si mesma, não por egoismo mas por amor próprio, AMAR-SE por dentro e por fora como se ninguém fosse melhor do que ninguém, e mostrar a realidade para as pessoas, mesmo que isso machuque, mesmo que a verdade não exista, mesmo que nada exista nesse mundo, apenas mostre! Existem pessoas que só precisam ser amadas, um abraço, um beijo, ou 'tudo vai ficar bem' mesmo que o mundo esteja na merda, foda-se os outros, satisfeitos?
A infância traz pra você valores e caráter, e a vida te ensina na prática como usá-los. Na marra você perde pessoas, destrói confianças e com o tempo constrói novos muros e jornadas. Você leva na bagagem lembranças que ninguém apaga, memórias que te mantém em pé e pessoas que te dão o braço e se necessário a perna.

Esqueceram de apontar teus erros na infância e de dizer à você para melhorá-los, esqueceram de te abraçar quando você estava errada e depois te dar um castigo, para alguns esqueceram da verdade e para outros esqueceram do amor. Alguém ai pode me dizer aonde é que estão as pessoas de verdade? Não por rebeldia ou por revolta, mas por amor próprio, cadê as pessoas que lutam? Eu só vejo seres humanos tentando cruzar uma linha de chegada, e não importa como ou onde, eu só os vejo passando por cima e fazendo com que os verdadeiros virem tapete, eu não queria isso na minha Infância, você queria? Foi isso que esqueceram de nos contar, depois daquela idade o objetivo real das pessoas não é viver, é cruzar a linha de chegada e o prêmio?

Bem, isso também não me contaram, mas talvez seja morrer!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Merthiolate para Corações


Toda vez que subo ao meu consciente, meu coração desacelera devagar, e ai? Ai, eu paro, suspiro, esquento uma água no microondas e despejo na minha xícara favorita, em silêncio eu assisto a bela frase se formar na parte da frente da caneca e olho para fora. Antigamente eu amava a chuva porque existia alguém para esquentar minhas costas e meus pés, extremamente gelados. Antigamente inverno era sinônimo de amor, de dormir abraçado, de assistir filme com mil cobertores e tomar chá quente toda noite antes de dormir, e agora?
Bem, agora o inverno é a igualdade de muita chuva, frio, vento e o quarto quase congelando. É similar à solidão, pensamento e bastante estoque de chocolate para o filme que eu não terminarei de ver, por que Sozinha tenho a mania de dormir na metade. Duas meias sobrepostas e um aquecedor ligado, o coração quase rachando pela falta de calor e as mãos, vazias. Na mesma hora em que enchia aquela xícara que me trazia lembranças inevitáveis, observava os cadernos com muitos rascunhos, alguns textos no mural e um desenho na contra-capa de outro caderno, pelo rosto caia gradativamente aquela água salgada e em gotas, pelo coração passava momentos especiais em câmera lenta, desde brincadeiras até brigas que me deixavam de cabelo em pé.
Queria ir dali direto para qualquer lugar que tirasse de mim você, é você mesmo, estúpido encantador! E tirar daqui de dentro toda lembrança do teu sorriso e do teu abraço que sempre foi o gesto mais quente e adorável que provei, tirar de mim qualquer promessa feita e cumprida e dizer de boca cheia E CORAÇÃO VAAAAAAAAAAZIO, que te esqueci e que se passares por mim, seria UM FANTASMA. Mas estaria quase alienada, e aqui de cabeça baixa e de canto, te digo sussurrando que mereces meu amor, muito mais que meu ódio e que serás meu até o dia em que você não mais estiver presente nesse mundo.
Pouco me importo se da tua mão eu não mais tocar, ou se nenhum sorriso teu eu arrancar, durante algumas noites e poucas horas vagas eu serei teu pensamento, morrendo de raiva e não conseguindo dormir, pois enquanto finges tão bem quanto eu que estas bem e morrendo de alegria daria o mundo para ver que teu coração está tão cortado quanto o meu e suplicando por litros de merthiolate e muito band-aid. Te pegaria no colo e faria cafuné até você pregar o olho e me deixar deitar na cama do outro lado, você me abraçaria apertado, porque tenho mania de pesadelo e desses eu morro de medo. Você me puxaria para bem perto, colocaria teu braço sobre a minha cabeça, o cobertor até cobrir o nariz, dali você passaria sua perna pela minha cintura e capotaria, e não acordaria nem que um tiro atravessasse a parede do quarto ou a janela sempre aberta (culpada de todos teus resfriados ou dores de garganta).
Estaria eu com teu moletom, tua meia, teu pijama, teu cheiro, teu travesseiro e teu coração, pensando que nenhum momento eu perderia cada gesto doce e palavra maravilhosa que ja arranquei de você. Agora sou eu, mera apaixonada perdendo todas as atitudes bregas e românticas que já tivemos, todos os gestos bondosos e de coração que já ganhei e com as rosas sem espinho na mão, te guardando dentro do meu coração mais uma vez retalhado, não pela vida, mas por você, que na assimilação teria a mesma descrição. Te junto à todos meus erros e acertos, e não te jogo na lixeira pois tenho a esperança de que vais voltar com o mesmo olhar por baixo e um sorriso que me deixa com os braços dormentes, sinto que teu cheiro não está tão longe e que em cada hora que passa, o sentimento ainda fica. Por que tudo que é verdadeiro não diminui com as horas, não desgasta com as discussões e não falta nem mesmo levando em conta os ideias distintos.
Conto-te um segredo (quase como um sopro no teu ouvido, agora tão distante) que tenho todos os remédios que você precisa para curar a gripe, a solidão, a raiva, o tédio, a tristeza, a angústia e até mesmo a felicidade, e não é somente Merthiolate Para Corações que ambos precisam, precisamos também estarmos perto um do outro, segurando firme cada ponta, e não brincando de cabo-de-guerra como estamos acostumados a fazer. A única coisa que eu preciso ganhar aqui é o teu coração, por que o estoque de Merthiolate ta acabando e a nova fórmula, vem somente com você.

P.s: Eu te amo

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A mágica de ficar mais velha;


Juro aproveitar meu ultimo dia de 15 anos ao máximo, deitada na cama, olhando pro celular e estudando história. Virando nostálgica e esperando mais um pouco para ser mais uma pessoa a fazer 16 anos. Mamãe, já são 16 anos. E nem são tão esperados assim, porque para os meus pais eu continuarei sendo uma criança e para os meus amigos eu continuarei sendo a mãezona.

E pra mim??? Creio agora, que a nostalgia abriu um zíper e entrou no meu coração, por dentro às vezes temo ter muito mais que 16, mesmo não sabendo nada da vida, por fora passo a imagem de 16 tranquilamente e na mente tenho medo de ter ainda 12. Já sei que a imagem no espelho não diz nada sobre mim e que cada dia eu surpreendo as pessoas que estão do meu lado, mas e daí?

Qual é a sensação de ser e estar ali, um ano mais velha? 365 dias a mais? 365 lições, aprendizados, vivências. 365 erros, lágrimas, descobertas, experiências, sorrisos, abraços, admirações. Não me vejo fazendo 18, não quero me ver entrando na faculdade, não quero ver a minha primeira ruga, não quero descobrir que eu preciso aprender muito mais, não quero provar de sofrer mais e amar mais. Não sei se quero dar um passo adiante. Eu não posso estacionar aqui? Eu juro não atrapalhar, querido tempo, mas por favor, não me deixe ficar mais velha!

Eu ainda não notei diferenças, será que você pode parar de passar? Existiram muitas idas e vindas nesses últimos 364 dias, existiram mudanças de pensamentos, de imagem, de vontades, foram cavados nossos buracos para serem preenchidos com novos objetivos e ideias. Foram criados laços mais fortes de relacionamento, linhas mais duras de sofrimento e cabeça mais dura para assuntos mais sérios. O coração derreteu mais um pouco, a teimosia cresceu, o ego já nem cabe mais aqui e a sensibilidade já tá virando a esquina. De menina à garota, larguei nesses últimos 364 passos pedrinhas e as mesmas foram levadas com o vento, O TEMPO NÃO VOLTA!!!

Ninguém será mais o mesmo depois de algumas raladas no joelho, ninguém volta para assoprar as mesmas velinhas, pra isso que serve a nostalgia, as fotos, os erros, as músicas, as brincadeiras, as roupas que não servem, os textos, e os sentimentos que já não cabem mais aqui e aqueles que estão sendo reservados. E eu mereço os parabéns!

Parabéns por mais um ano de vida e de cabeça dura, pelos caminhos cruzados, pelas decisões difíceis, por ter deixado pra trás coisas que eu não vivia sem, por ter feito novas escolhas, por ter partido corações e por ter aceitado que partam o meu, e mesmo assim não ter desistido de amar e pegar na mão daquele que me faz feliz. Parabéns por todas as vezes que eu deixei que falassem mal e provei que eu posso ser mais, SEMPRE MAIS. Pelas pessoas que falavam nas costas e hoje nem coragem tem de falar na frente, pela conquista de novos amigos e por ter novas admirações e alcançar novos objetivos. Parabéns por ser eu mesma sempre, e mesmo não sendo perfeita conseguir me adorar para ser adorada, e rir para arrancar novas risadas.

Eu mereço, cada passo que foi perdido, cada pessoa que me deixou pra trás, cada caminho que foi errado, cada música que foi dedicada, notas que me salvaram, risadas que me deram a graça, lágrimas que machucaram, cada amigo que foi deixado pra trás, cada erro que me custou muito e toda velinha que é assoprada ano após ano.

A mágica de ficar mais velha, não está nos bolos, nas festas, nos amigos e nem nos 365 dias. O verdadeiro dom de fazer o tempo passar rápido está no consciente, na mente, lá dentro. Os sentimentos não envolvem velhice, os sentimentos envolvem nostalgia, e nostalgia é o medo de envelhecer. Que venham mais 3873782237837 dias!

Seja Bem -vindo 1.6 :)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Passado, Presente e Futuro;



Desde sempre foi batalhadora, nunca desistiu dos sonhos, de uma vida melhor e seguir sempre adiante. E de repente, eu apareci, não tanto como um presente, mas mais como um susto ou surpresa de ultima hora ou aniversário de namoro. E passou logo na sua frente muito mais que desespero ou vontade de sumir, passou um vídeo e metade ou completamente toda a sua vida jogada de pernas pro ar, mas não perdeu as esperanças e aguentou firme, tudo que uma mulher de garra e força de vontade aguentaria. Aguentou de olhos fechados ou bem abertos cada coisa ruim que falavam, cada gesto ou ação de mal que faziam, mas quando tocava a barriga a unica certeza era de que lá dentro haveria a pessoa que ela mais amaria na vida e isso não a deixava parar no caminho.

Sempre fui um pequeno incomodo desde lá, enjôos, vomitadas desnecessárias, anemia, tonturas, sensibilidade e muito mais coisas que qualquer grávida era capaz de ter. Pois depois, me pegou no colo. Não sabia ali se chorava ou se sorria, então mesclou os dois e eu me aconcheguei, aquela pessoa era meu paraíso em si, a solução de todos os meus problemas, mesmo sendo tão pequenina. Me alimentou, embalou-me noites adentro, deu-me muitos banhos e limpou mais de milhares de fraldas. Preocupou-se com cada febre muito alta, com cada tosse forte, com cada choro histérico, e machucado que saisse sangue aos montes.

Chorou. Em todos os presentes de dia das mães (até mesmo nos atuais, em cada apresentação que a mesma me levava no colégio e eu como sempre, era a protagonista. Deixou escorrer lágrimas em cada abraço apertado, em cada cartinha de Eu te amo simples ou textos normais que eu escrevo. Pois chora até mesmo se ganho boas notas no colégio ou se estou me sentindo mal. Não deixou de se preocupar nunca com as minhas dores de cabeça, com os meus pensamentos encucados e com meus planos para o futuro. Sempre esteve junto comigo. No primeiro dia de aula, na primeira ida ao médico, no meu primeiro passinho, na retirada de todos os dentes, na minha primeira ida ao dentista, ao ginecologista, em todas as minhas cirurgias, em todas as minhas festinhas de aniversário, esteve presente e pode ouvir a minha primeira palavra, meu primeiro sorriso e meu primeiro corte no dedo.

Foi ela quem cortou meu cabelo, quem me ensinou a comer direito e que é essencial comer sempre o salgado antes do doce. Aprendi das palavras dela o obrigado, com licença e por favor e do meu vocabulário não tirei, a não ser quando estou de lua, o que ultimamente tem sido quase sempre.

Então, já brigamos e feio, por multiplas vezes e nos deixamos de nos falar por 10 minutos, por que querendo ou não ambas são mais que essenciais para termos de boa convivência e de clima de harmonia por entre a casa. Para conhecidos somos melhores amigas, para desconhecidos: irmãs. Para nós mesmas, somos companheiras na boa ou na ruim, de cabeça quente ou fria, ou até mesmo debaixo da água. O que importa é que estamos sempre juntas e não há melhor amiga que possa ser melhor que ela, admito.

Admito também baixinho ou quase gritando que não vivo, nem viverei sem ela, mesmo em que eu insista em dizer que vou sair de casa o quanto antes possível e não a suporto as vezes. Mas morro de preocupação só de pensar que ela pode passar noites em claro pensando no meu bem estar ou fazer de tudo durante o dia para me agradar no final da tarde, enquanto estou no colégio, ou no inglês, ou na academia ou em qualquer lugar que não seja em casa. E volto sempre pro mesmo lugar, e esqueço no final do dia de agradece-lá, por essa profissão tão importante que ela tem que é : SER MÃE.

Quero te agradecer por todas as vezes que você me tratou com carinho, me deu bronca, me puxou pelo braço, não me deixou sair, ou me deu um voto de confiança. Quero agradecer pelas vezes em que você gritou comigo, em que você me ensinou a cozinhar, passar roupa, limpar a casa e depois ainda por cima vistoriou para ver se o trabalho era bem feito. Obrigada pelas roupas, calçados e pelos conselhos que ouvi ou deixei de escutar, pois todos serviram e bem para cada erro ou acerto meu. Se sou vitoriosa hoje ou teu maior orgulho, isso tudo é graças à você meu amor, SIIM VOCÊ É O MEU AMOR E O MAIOR DE TODOS ELES. Assumo aqui meio de canto que morro de medo de te perder ou te deixar mal, por que sou assim bipolar, estressada e meio mau-agradecida, mas com um coração muito gigante para te deixar de fora de tudo que se passa aqui dentro.

Você está convidada para me assistir de camarote vip e com direito à consumação grátis, pois você me deu a coisa mais importante do mundo, e isso ninguém pode me tirar. Quero te dizer que se as vezes não falo que te amo, é por vergonha de deixar cair uma lágrima, quero te contar que te escuto até mesmo quando teimo ou te viro as costas ou discordo de algumas coisas malucas que você fala.

Quero ser pra sempre o teu melhor orgulho, o teu melhor presente, a tua risada mais alta, os teus conselhos mais preciosos, a tua preocupação mais duradoura, a tua sinceridade, o teu sorriso e o brilho no teu olhar.

Parabéns mamãe, você merece sempre tudo que há de mais bonito nessa vida!!!
EU TI AMINHOOOO MUITOOOOO

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Príncipe Encantado;




Fechei a janela, a cortina e coloquei um moletom grosso, por que era previsto que viria um frio escandaloso durante a noite. Deitei na cama e senti um abraço quente me puxando para perto, um beijo no pescoço, um beijo nas costas, um beijo na testa e por fim, um beijo apurado na boca. Suspirei, e recostei minha cabeça no travesseiro por entre os braços dele, dele mesmo.

Falei três palavras mágicas e recebi naquele escuro e debaixo das cobertas quentes, o sentimento recíproco, a mágica, o brilho nos olhos e um sorriso apaixonado, eu estava prestes a dormir ou achar que já estava sonhando, então o beijei o nariz e deixei escorrer uma lágrima de felicidade, típica de mim quando o coração dispara daquele jeito. Abri os olhos e lá estava ele me olhando, como se eu fosse um dos prêmios que ele havia conquistado ou, uma saudade que ao invés de ficar apenas no passado, permaneceu no presente e tende a ficar para o futuro.

Dei uma risada baixinha, e como de costume falei com voz de criança e o fiz dar um sorriso de canto, fiz cócegas, beijei seu ouvido, sua testa e por fim, seu queixo, me senti como nos velhos tempos, colei minha mão na dele e ali permaneceu. Eternizei por um momento, o sentimento que deveria ser eterno. Durante a noite me cobriu, me puxou mais ainda para perto como se fôssemos um e me esquentou as costas, era ele uma bela bolsa de água quente, o remédio para minhas dolorosas cólicas.

Meu sono leve, seu sono pesado, ambos sempre opostos. Acordei realizada como todas as vezes e o assisti dormi por um instante, ele pertencia à mim e sabia exatamente desse detalhe, e no fundo das circunstância ele aceitava isso, quase como um presente, adormeci de novo com aquele cheiro que me fascinava sempre.

Conhecia como ninguém aquele shampoo e a pinta que temos no mesmo lugar, sabia pela respiração se o mesmo estava irritado, estressado ou calmo. Eu era capaz de reconhecer de longe se as coisas estavam dando certo ou se ele estava com vontade de me beijar e até mesmo aquela respiração ofegante, às vezes, somente às vezes.

O melhor de tudo é saber que nada disso é um sonho, é saber que não é preciso idealizar momentos com meu Príncipe Encantado, por que ele existe e mesmo não tendo uma carruagem, tem um coração de ouro, tem algumas reações que me enchem de orgulho e no futuro, me quer ao seu lado, como amiga, namorada, amante, irmã, como princesa, como confidente, como conselheira, como criança ou de todos os jeitos que o amor da nossa vida pode ser.

P.s: Eu te amo

domingo, 8 de maio de 2011

Suspiro;



Alguém ai, tem um par de braços para me emprestar?
Ou, que tal uma mão para me levantar?
Alguém nessa esquina tem bons ouvidos para escutar minha dor gritar?

Eu tenho estado cansada de ter mil ouvidos para me escutar, mil bocas para me dizer o que fazer e no final não ter nenhum coração sequer para me recompensar, tenho estado cansada de cair e não me levantar por semanas, dormir por horas, chorar até o olho doer para fechar, pensar até a cabeça pedir socorro e não encontrar saídas.

Alguém nesse mundo tem algum conselho que não seja tirado da lata do lixo para me soletrar? Alguém sabe falar algo que não seja: vá em frente? Por que se tiver, por favor, meu endereço continua o mesmo.
Alguém por ai tem alguma energia positiva para me passar? Um elogio construtivo, uma crítica que não doa, alguma notícia que reanime minhas 24 horas incensáveis? Por que bem, se tiver a euforia será dobrada.

Será bem-vindo nesse cardápio complexo músicas que não sejam românticas, histórias de amor que terminem bem, dores que foram curadas e sentimentos recíprocos, será bem-vindo a volta, a rotina, o carinho, a compreensão e principalmente a amizade. Encontrei nesse beco escuro, meus amigos de verdade!

Ergui a mão com calma, quase sem forças e abanei. Sorri de canto, quase sem jeito e envergonhada. Do outro lado da rua avistei-o. Doeu. Muito mais do que dor, senti desespero, vontade de morrer, correr ou qualquer coisa que tirasse de mim o sentimento de lembrança. Alguém ai tem um lenço para me dar?

Querem agora leiloar meus sentidos? Vamos à guerra a partir de agora? Querem fuzilar meu coração? Venham em frente, sem escudos contra esse garota pequena demais. Não ousem falar palavras rudes, ou nem sequer falem, apenas venham de frente, de lado ou se quiserem de costas. Estarei sentada, depois do golpe que levei e de olhos fechados pra conter qualquer lágrima durante o tempo em que a lembrança durar. Mas estarei aqui e se for para exterminar, que seja de vez. Para poder me erguer, para criar outro labirinto, para eu me sufocar de novo, para eu poder correr e achar graça naquele mesmo céu estrelado que avistara quando aquele abraço ainda era dado com gosto.

Suspirei, nunca o escuro havia feito tão bem. Me cobri e fechei os olhos, por vezes tudo parece surreal, por horas eu achava que estava em um pesadelo que ardia nas minhas veias, que fazia com que meus músculos doessem e minha cabeça latejasse, não está na hora de ir embora? Desde que não me leve consigo, obrigada eu agradeço.

Alguém ai pode me dar notícias, alguém sabe se pode se amar outra vez? Por que no meu dicionário a palavra amor, só existe uma vez e eu não sabia que ela poderia ser apagada, ao menos não por mim. Será que há alguma aula de sentimentos que eu perdi? Aula verbal, oral? Esqueceram de me ensinar como não sofrer, como não correr atrás, como me amar bem mais.

Permaneci paralisada, como manequim de vitrine, a única diferença era que por dentro eu tinha algo muito mais precioso, algo que ardia, não somente em fogo, mas em esperança. Enquanto a manequim é exemplo de beleza, eu sou o total exemplo de sentimentos puros e fortes, não sei se isso me torna tão bela quanto ou se alguma diferença faz, só sei que por tempos, fui recompensada e bem, para continuar sentindo e lutando contra aqueles que querem matar qualquer sentido que tenho por dentro e que me reflete por fora :)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

100 coisas sobre mim;

1 Sou muito orgulhosa;
2 Gosto de ser simpática
3 Demonstro facilmente meus sentimentos
4 Sou teimosa
5 Amor ser carinhosa
6 Odeio ser ignorada
7 Sou totalmente insegura
8 Não me acho bonita
9 Mas, amo tirar fotos
10 Gosto do meu cabelo
11 Mudaria praticamente tudo no meu corpo
12 Choro por tudo
13 Sou carente
14 Sou muito irônica
15 Tenho o dom de irritar as pessoas
16 Sou legal
17 Tenho uma forma de pensar muito dificil de mudar
18 Corro atrás quando as pessoas fingem que não ligam
19 Odeio discutir com quem eu amo, por isso quase sempre, eu cedo
20 Não tenho raiva das pessoas
21 Mas quando tenho é algo meio, IMORTAL
22 Sou completamente ciumenta
23 E possessiva
24 Odeio ir mal em qualquer prova
25 Me sinto a pior pessoa do mundo quando não consigo resolver alguma questão
26 Para mim, escrever é a coisa mais fácil
27 Adoro dar risadas escandalosas
28 Não tenho muita paciência
29 Odeio esperar
30 O alejandro me acalma como ninguém
31 Amo ouvir coisas românticas dele, pois são poucas e todas MUITO sinceras
32 Amo quando ele me pega pela mão ou pela cintura
33 Adoro me sentir de bem com todo mundo
34 Adoro saber toda matéria
35 Gosto de ter a razão, sempre.
36 Me envolvo profundamente com poucas e boas pessoas
37 Adoro chamar atenção
38 Sou birrenta
39 Sou dengosa
40 Odeio admitir que não viveria sem algumas pessoas
41 Odeio quando me falam 1000x a mesma coisa
42 Acho vários defeitos em mim mesma
43 Eu odeio TPM
44 Eu fico estressada facilmente
45 Adoro ser mimada
46 Certas pessoas me irritam
47 Amo quando beijam minha testa
48 Adoro que reconheçam minhas qualidades
49 Tenho raiva que contem vitória sobre mim
50 Sou muito responsável
51 Tenho mania de liderança
52 Amo mandar
53 Odeio profundamente que me mandem ficar quieta
54 Amo olhos claros
55 Sou tarada por franjas pro lado
56 Adoro coisas fofas
57 Faço voz de bebê, quando falo com o Ale
58 Sou extremista, 8 ou 80
59 Sou observadora, as vezes
60 Não sou discreta
61 Falo alto, dou risadas altíssimas
62 Amo me divertir
63 Falo sozinha, sempre
64 Me olho em qualquer coisa que reflita minha imagem
65 Tenho mania de fazer caretas
66 Todo mundo adora minha cara de braba
67 Tenho mania de roer unha
68 Nunca usei aparelho
69 Acho lindo garotas de rímel
70 Amo quando meu namorado usa camisa xadrez
71 Falo o que penso
72 Sou sincera
73 Sou fofa, em raras vezes
74 Tenho um gênio muito forte
75 Faço planos para o futuro
76 Quero ser rica
77 Adoro roupas simples
78 E acessórios CHAMATIVOS
79 Adoro bolsas
80 Meus óculos de sol, sempre quebram
81 Amo Colbie Caillat ( e estou escutando-a agora.)
82 Amo Charlie Brown Jr
83 Só como pipoca no cinema
84 Adoro dormir
85 Amo descobrir que ainda posso dormir horas
86 Adoro surpresas
88 Sou vidrada em altos
89 Ando sempre cheirosa
90 Sou prevenida
91 Amo minha família
92 Tenho uma relação PERFEITA com meus pais
93 Meus pais já me viram bêbada
94 Sinto falta de muitas pessoas do meu passado
95 Odeio quando me dizem que não é possível
96 Eu aprendi a lutar por aquilo que eu quero
97 Odeio me sentir triste
98 Amo qualquer tipo de massa
99 Meus amigos são os melhores (eu tenho 2 melhores amigOs)
100 Foi muito mais fácil do que eu pensei fazer isso e ainda faltam mais 100 coisas hihi

domingo, 27 de março de 2011

Riscos Seguintes

Soltei-o, logo de reação - fui ao chão, abracei as pernas e fiz meu mundo desabar. O vi correndo e dobrando a esquina, me dizendo para seguir um rumo, trilhar um caminho, desviar dessa rota que o mesmo me colocou e me guiou por um tempo e que agora - praticamente perdida - tento desabafar com as pedrinhas que jogava no caminho em tempos que me sentia sozinha.

Não voltou para enxugar as lágrimas, disse que precisava ficar sozinho e que de repente eu já não fazia parte da sua história e que de futuro, apenas bons amigos. Não estaríamos mais de mãos dadas em situações ruins, o cinema no sábado à tarde ou o filme com pipoca no sábado à noite, havia sido desmarcado - para sempre, ou instantâneamente. As lágrimas que de mim saiam ou espirravam, eram corrosivas, ácido puro. Mas aceitei toda e qualquer ideia que o mesmo fazia sobre mim ou sobre qualquer vírgula de toda nossa relação tida como: turbulenta.

Quando a noite fazia frio e meus pés congelavam sobre a coberta, eu sentia falta da calma e do calor que ele me passava, quando passava a mão pela cintura e me fazia de travesseiro, ou bichinho de pelúcia, mas que era sua favorita, pela quantidade de massa e matéria que eu trazia comigo. Desisti por momentos de planos para o futuro ou qualquer coisa que pudesse me envolver e por hora, não me imaginavea sem ele. Ligava, exigia satisfações desnecessárias, ia abaixo de chuva procurar pelo abraço aconchegante que ele dava, sem fazer esforço algum. E como de costume, o encontrava deitado de bruço, apenas com uma coberta fina por cima e a janela aberta - faça chuva, faça sol.

Beijava suas costas e o via saltar num segundo, olhando meio por baixo com ar de irônico e desnecessário de mim. Levantei, com aquela vontade doentia de me mandar dali e não voltar nunca mais, mas por tudo que era mais sagrado, morreria no dia seguinte de desgosto e arrependimento. Fiquei, troteando de um lado para o outro, e o vi vindo atrás de mim, como quem não quer nada - ou quer tudo.

Corri e abracei-o com toda a vantagem de ainda ser uma ex-namorada amada e correndo o risco de sofrer 20 segundos após. Mas nada no mundo era capaz de explicar a sensação de estar sendo salva por ele, de ter me pego do abismo e me colocado em uma pedra segura e com uma vista, invejável. Pois, Fique comigo! Aprecie a vista e vá embora só mais tarde, quando eu pegar no sono e não ter o perigo de acordar suando ou lacrimejando. Ou então não vá embora, me segura firme como travesseiro, me esquenta assim como fogo na lareira, me cobre, me beija a testa, e estenda os dedos, o braço ou o corpo inteiro quando eu for desandar, como gelatina morna, ou pudim quente.

Pois voltou e ficou, me segurou firme e beijou cada lágrima que de mim saia, me abraçara forte e falava baixinho no escuro e ao pé do ouvido, que me ama e que não pretende ir embora tão cedo. Que sou necessária e tão insegura que faço falta. E agora, meio de canto eu corro riscos profundos, de vê-lo indo e voltando, oscilando em humor e sorrindo apenas quando der na telha. Corro riscos de extrema melodramática, de ficar insegura quando coloco uma roupa um pouco mais justa ou demonstro de peito aberto todo amor, que aperta aqui dentro e desenrola aqui fora.

Fiquei na luta, defendendo as minhas bases, encarando a minha realidade de ser tão pequena por fora e tão imensa por dentro, encantadora, sentimental, frágil, cuidadosa e forte. Não há vacinas ou remédios que cessem a dor e muito menos que desencantem olhos tão sonhadores e apaixonados quanto os meus.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Petulante



Um cheiro de energia pura invadia o ar, praticamente minha anti-matéria em forma miniatura, existia um mini mim de mim mesma e isso era praticamente incrível, se ela não convivesse na mesma casa que eu e fosse um clone de todas as minhas atitudes, eu até poderia pensar em aguentá-la, mas para bastar não só internamente como externamente ela era meu projeto, a unica diferença é que era 14 anos mais moderna.

Além de freqüentarmos a mesma casa, os mesmos ambientes, temos de dividir os mesmos pais, como isso é irônico, ao invés de ser minha filha ela é peculiarmente minha irmã, quase insuportável, geniosa, teimosa, indelicada e muito ciumenta. Faz bagunça em todos os cantos inalcansáveis e em nossa mente ela monta e desmonta um quebra-cabeça gigantesco, que me deixa além de louca totalmente desorganizada.

Petulante, isso mesmo... PETULANTE, com todas as letras maiúsculas e se for necessário mais um ponto de exclamação no final, ela me vira de pernas pro ar, mesmo sendo tão pequenina, por hora tenho vontade de esmagá-la, por outra a mandaria para lua por durante dias sem data prevista de volta. Mimada, inteligência quase impossivel de entender, as meias palavras que ela solta me deixam praticamente radiante, a forma de carinho é parecida com a do macaco e a forma como ela anda de chinelo parece mais uma velhinha de 85 anos.

O cabelo indefinido, os olhos idênticos á bolinhas de gude, o sorriso ainda não formado exibe dentinhos pequeninos e mal-escovados, por que a tal 'geniosa' é inimiga da escova de dentes. Sempre tão cheirosa assim como a irmã, pois adora qualquer tipo de banho e sair da água é quase uma tortura, é como se quisessem tirar comida de um cachorro. Aliás, adoro compará-la à animais, eles são tão simpáticos e amigáveis quanto ela, mas somente quando a mesma está de bom humor.

Mexe aqui, mexe lá, mexe acolá e ouço gritos quase histéricos da minha mãe quando estou na esquina, no banho, no quarto ou até mesmo no colégio. Pois ela mexe, e mexe mesmo em qualquer coisa que diz ou não respeito à ela. Muito simpática ela conquista até mesmo àquelas minhas amigas que detestam criança e não dão o ar da graça a ninguém. A língua estranha que ela exibe pela casa me deixa com cara de maluca e um ar de deboche irresistível, o bom de tê-la é que eu ensino coisas ruins somente uma vez, o resto ela repete sem eu precisar mandar.

Risada que contagia, choro que espanta, travessuras que irritam, jeito que preocupa, inteligencia que orgulha, beleza que causa inveja, serenidade de criança, carinho de amiga, companheira, compreensão de mãe, amor de irmã, teimosia de mula, jeito de conquistar igual à de um galanteador, esperançosa como toda criança e amorosa, tanto quanto qualquer garota apaixonada. Radiante, assim como o Sol, ela tem luz própria, encantos só dela e é meiga como ninguém. Fofura em pessoa, o xodó da familia e ainda por cima é PETULANTE.

Além de ser egoísta ao extremo, se pudesse puxaria todos os fios de cabelo que existem em minha cabeça e soltaria uma gargalhada logo em seguida. Convencida e narcisista, olha-se no espelho tanto quanto eu me olho e ainda arruma o cabelo. É ciumenta, rouba minha mãe, minha pai e só me devolve no final do dia, quando deita na cama e capota. Ainda assim está presente em todo lugar que eu vou ou em cada sonho que eu tenho pro futuro.

Veio em boa hora, melhor seria impossivel, trouxe paz de espirito, energia pura, trouxe esperança, brilho e união. Trouxe sonhos e muita responsabilidade, trouxe gastos, noites em claro, trouxe preocupação e muitas gargalhadas para cada gafe que cometia. Trouxe nervosismo, estresse e harmonia, trouxe tranquilidade e consigo anjos que cuidam de cada canto da casa e das nossas vidas. Trouxe agitaçao e fez com que às vezes todos abrissem mão de conforto para dar à ela tudo que ela sempre mereceu, e veio... Para me mostrar que não tem idade para deixar de ser egoísta, que não existe momento certo para cuidar de alguém e dividir experiências, trouxe calma para meus dias e terror quando não estou nos meus dias e sinto vontade de jogá-la da sacada.

Juro externamente não sentir vontade de levá-la a todos os lugares que vou, mas consto aqui que isso é pura mentira, pois a tenho muito mais do que irmã, se pudesse diria à todos que ela é a filha que eu tive na adolescência e que me trouxe muito mais do que amor, me trouxe esperança e vontade de lutar por um mundo melhor.

p.s: eu te amo minha irmã.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Com carinho, aos corações exaustos.


Confiei quase cegamente em todo e qualquer sentimento que eu era capaz de sentir, via logo a frente muros e becos sem saídas e continuei seguindo por que ao meu ver eu era forte o suficiente e destruiria cada barreira que me impedisse de ir em frente. Eu não busquei outros caminhos foi exatamente isso, eu escalei os muros e no final cortei as mãos nos cacos de vidro. Me aproximei dos becos sem saídas e dei de cara com cobras e bichos alucinantes que eu era incapaz de reconhecer, me perdi.


Meu fôlego era zero em questão de corrida então fiquei parada, estática, quase projeto de múmia. Analisei e ali estava errando o cálculo matemático novamente, contemplando sentimentos fechados, intermináveis, inacabados, perigosos, eu poderia morrer, mas só isso não parecia me motivar a parar. Sempre fui a última pessoa a perder as esperanças, a ver o erro, não sei se creio cegamente em algumas teorias ou sou ingênua demais à malícia do ser humano. Sou criança, quase indefesa, mas escondo o perigo.


Sou quase encantada se não fosse pela teimosia acelerada e a irônia descontrolada. Sorriso de canto, ar de deboche, arranco a raiva das pessoas, quase matam-me pelos pensamentos, mas encaro como mulher de alma. Quase como quando uma aranha faz a teia, quase como quando a cobra libera o veneno, tenho no meu lado esquerdo o veneno mais perigoso que fui capaz de conhecer: amar demais às pessoas sem garantia de que as mesmas façam o mesmo por mim. Me machuco por dentro, cortando as minhas veias, meu pulso, queria ser capaz de cortar laços também, meu coração não perderia o fôlego e eu criaria vontade de continuar ou se quer renovar.


Não consigo, não posso me desprender de alguns cordões umbilicais, vai faltar ar, alimento, eu ainda não estou pronta para sair, eu quero ficar aqui dentro, meu mundo, seu mundo - muito contraditório e complexo - meu olhar infantil não consegue encarar, minha alma muito ligeira e sacana quase me abandona quando as lágrimas me procuram, quando estou triste até mesmo uma parte de mim me abandona, vai embora, me espera na esquina. A largada é dada, mas vou como uma tartaruga e vejo a lebre logo a mil km de distância e eu que considerava ela minha amiga. Tartaruga e lebre, logo como Coração e razão... Andavam juntos até cada um aprender a amar de maneiras diferentes, se separaram e agora não se encontram a não ser quando competem.


Competitiva, compreensiva, melosa, dengosa, admiradora secreta. Cuido por tras das camêras meu amor mais impossivel, muito possessiva, olhar meio por baixo, atravesso as leis da razão e chego logo ao coração batendo descontroladamente, pulsando sangue até mesmo para a parte mais escondida do meu corpo. Passo os olhos ligeiramente e vejo-o logo a frente,abanando, por um momento vi meu cordão umbilical sendo cortado e cai logo depois, ele corria de mim, soltou minha mão e não me esperou na esquina, o sorriso estava em cartazes enormes na rua, aquilo cortava meu coração mais do que os cacos de vidro cortaram minhas mãos, os pedaços cravados de canto a canto fez parar de pulsar. PAROU!


Ficou exausto, se tivesse língua a mesma estaria pra fora ou poderia ser engolida, mas não tem língua, não tem olhos, não se alimenta, não é capaz de criar vingança, não consegue desejar o mal, entào parou, sem forças, totalmente pálido, o vermelho que lhe transmitia além de amor, harmonia... tranformou-se em cinza, sem forças e com as pernas cansadas, quase paralítico, sem conseguir coordernar a cadeira de rodas. As veias entupiram, mas a esperança continuava em pé, segurando não só as pontas, mas guiando a cadeira, acabou com a guerra, trouxe paz e está cuidando agora do pequenino que precisa recuperar a coloração e a vontade de sentir.


O mesmo me contou em segredo que disse adeus quando não precisava, mas não quebrou por que a razão ajudou, agora em prantos ele conta que não consegue avistar a razão por motivos óbvios: de tanto sentir o coração sem querer mandou-a embora, sozinho ficou. Assim como histórias em quadrinhos ou contos da disney, minha novela é diferente, é antônima à todas as outras, chegou ao final e o sorriso não apareceu, não foi feliz e o aprendizado não resistiu àquelas borrachas totalmente poderosas - foi apagado.


Está á base de soros, alimentos em forma líquida e recuperando o fôlego, tenho a impressão de que sensações assim demoram para passar, se é que passam, tenho o pressentimento de que não terei mais forças para reconstruir o coração, ferimentos graves sempre deixam sequelas e dessa vez o corte profundo deixará uma marca inesquecível, além de exausto, da língua pra fora, dos batimentos chegando ao zero, oscilando, quase gritando e não obtendo sucesso, meu pequeno tem o dom de não sentir rancor, pode sentir angústia, quase ser sufocado pela tristeza, mas tem sempre a capacidade de brilhar e irradiar áqueles que estão na mesma situação que ele agora.


Com carinho, aos corações exaustos

domingo, 30 de janeiro de 2011

Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender



1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".

8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.


p.s: Do meu Querido Luís Fernando Veríssimo!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ideais Futuristas

Abri meus olhos e vi a minha imagem refletida no espelho que havia no teto. Gritei. Gritei novamente e levantei da cama, era tão confortável, o tapete vermelho no chão era estranho, eu nem se quer sabia onde eu estava. O guarda-roupa era gigantesco, inteiramente branco com alguns detalhes discretos, aquilo era a minha cara. A janela era grande com uma vista impecável dos edifícios lá fora que eu nunca havia visto antes, passaram-se quantos anos desde meus 15?

Cadê meu quarto pequeno, minhas coisas de adolescente, minha máquina, minhas almofadas?

Aonde é que eu estou?

Corri para qualquer porta que fosse a saída e encontrei o banheiro mais lindo que eu pudesse imaginar, era o banheiro dos meus sonhos. Olhei-me contra o espelho e lá estava eu com cabelos na altura do ombro, com cachos pouco definidos, a franja um pouco mais curta, bastante peito, e com um peso diria que quase ideal, eu estava atrasada para algo? Eu se quer tinha algum emprego? Um marido, um filho ou um namorado? Que idade eu tinha, acordei de repente aos 27?

Já formada, empregada, sorridente, mulher independente, auto-suficiente, bonita, meiga, como é bom não perder a essência! O meu perfume continuara o mesmo, minhas roupas sempre o mesmo estilo, meus calçados altos sempre a opçao favorita, brincos discretos e bastante batom vermelho, por enquanto aqueles cômodos falavam tudo sobre mim e de alguém mais que eu não era capaz de enchergar, eu tinha alguém para dividir tudo isso comigo, eu tinha certeza, mas quem? Saiu cedo, ou ainda não voltou?

Estava sentindo um cheiro de perfume conhecido, com passos largos fui até a cozinha e vi um rodizio de frutas em cima da mesa, uma xícara colorida e uma jarra de suco de morango, meu preferido. Alguém estava disposto a me agradar como sempre, desde infancia, mas olhei no relógio e a pasta em cima da mesa significava que eu tinha um emprego e : estava totalmente atrasada!

Não sei se eu tinha dom para alguma profissão, nem conhecia meus colegas de trabalho, e eu tinha um carrrooooo, poxa vida como se dirige aquilo? Ok, eu precisava ler alguma coisa, pegar alguma coisa, algo me dizia que eu estava na profissao dos meus sonhos, ao menos pela quantidade de papel e processos que estavam em meu notebook.

Segui meu dia achando tudo muito estranho, eu me formei para aquilo, mas era tudo estressante e cansativo, eu precisava de um colo de mãe, de um beijo ou um abraço aconchegado, mas primeiro eu precisava saber quem era o cara que me fazia companhia todas as noites e conseguiu me aguentar até hoje.

Voltei para casa com todos esses ideais futuristas na cabeça, quase viajando para outro planeta e tentando entender por que eu havia tido uma viagem tao rapida para o futuro e por que eu nao conseguia identificar nada e nem me adaptar. Abri a porta do apartamento e ainda nao estava acostumada com aquela sala linda feita exatamente ao meu gosto com toques de uma pessoa diferente, aquele sofá dos meus sonhos, aquele video game instalado logo abaixo e aquela estante magnífica que parecia ter custado alguns mil reais. Ouvi uma voz tranquila chamando pelo meu nome - algo que particularmente sempre odiei - e vindo ao meu encontro, conhecia aquele rosto, aqueles olhos, aquele sorriso, aquele cheiro no cabelo, aquele cheiro no pescoço, era ele! Ele era o homem da minha vida, dentre tantos que eu poderia ter ou tive, ele estava no topo da lista e do coraçao, por que a sensação de quando o abracei não mudara mesmo passando alguma década. Ele me abraçou rápido e logo foi perguntando e falando de como havia sido o dia e mais alguns planos para o futuro. Nos saíamos tão bem como marido e mulher que fiquei surpresa, maravilhada, esplêndida.

Eu tinha tantos afazeres, que naquela rotina futurista eu não tinha muito tempo para ir ao shopping ou assistir um filme tranquila com as pessoas que mais amava na vida, eu estava tendo a vida que sempre sonhei, com a pessoa que sempre imaginei, com ideais completos e objetivos ainda a serem completados, mesmo depois de tanto tempo eu ainda era carente de amor e de abraços demorados, de sorrisos e com certeza de fotos sem sentido.

Mesmo depois de algum tempo eu ainda imaginava o futuro com os olhos de criança, ainda sentia que sonhar era necessário e que mesmo depois de um dia estressante voce precisa seguir sua vida e precisa de boas razões para isso.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Milhões de coisas que não suporto em você

- Odeio quando você não avisa quando chega em casa;
- Odeio quando você não avisa que vai sair;
- Odeio quando você dorme na sacada e corre o risco de pegar um resfriado;
- Odeio quando você não retorna minhas ligações e quando demora para atender;
- Não suporto quando você ri da minha cara;
- Odeio me sentir totalmente indefesa ao seu lado;
- Odeio quando voce me deixa insegura;
- Odeio quando tenho a certeza de que posso te perder;
- Odeio quando você não diz que me ama;
- Odeio quando você demora para responder no msn;
- Odeio quando você acha outras mulheres completamente maravilhosas;
- Odeio quando você não divide a cama comigo;
- Odeio quando você dorme quando estou falando;
- Odeio quando você finge que não se importa;
- Odeio quando você me ignora;
- Odeio quando você não me responde direito;
- Odeio quando você não me abraça;
- Odeio quando você diz que estou errada;
- Odeio quando você tem recados suspeitos no orkut;
- Odeio quando você demora pra me beijar;
- Odeio quando você me abraça com pressa;
- Odeio quando você não me faz cócegas;
- Odeio quando você não beija minha testa;
- Odeio quando você não me conta as coisas;
- Odeio te ver estressado;
- Odeio quando você diz que quer bater em alguém;
- Odeio quando você não pega minha mão para andar na rua;
- Odeio quando você demora pra vir na minha casa;
- Odeio quando você fica pensativo demais;
- Odeio quando você não divide seus planos comigo;
- Odeio quando você me dá apelidos horrorosos (6);
- Odeio quando você ri das minhas caretas;
- Odeio quando você não fala;
- Odeio quando você sente ciúmes e não demonstra;
- Odeio quando eu te chamo e você diz que precisa escovar os dentes;
- Odeio quando você não olha minhas fotos;
- Odeio quando você ganha de mim no banco imobiliário;
- Odeio a sua beleza impecável;
- Odeio seu sorriso perfeito;
- Odeio seu abraço sempre quente;
- Odeio teu beijo encantador;
- Odeio teu olhar meio por baixo que me seduz;
- Odeio quando você me assusta;
- Odeio quando você diz que sou boba;
- Odeio quando você me faz segurar a pipoca no cinema para parecer uma gorda;
- Odeio quando você manda eu parar de me arrumar;
- Odeio quando você se olha tanto no espelho;
- Odeio teus convites irresistíveis;
- Odeio quando sonho contigo;
- Não suporto teu cheiro viciante;
- Odeio o cheiro maravilhoso do seu shampoo;
- Odeio quando você não me deixa sair de onde estou;
- Odeio quando você prende meus braços;
- Odeio quando você se isola;
- Odeio quando você fala demais;
- Odeio não conseguir te desvendar às vezes;
- Odeio quando você diz que eu sou bonita;
- Odeio quando você não me incomoda enquanto lavo a louça;
- Odeio ficar te olhando por horas e nunca cansar;
- E odeio ainda mais, não conseguir te odiar nunca, nem por um segundo, nem sequer odiar por odiar.
- E por último odeio ter que admitir que você é o amor da minha vida e te quero do meu lado sempre;

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cobranças


Seria ironia minha e do acaso lembrar apenas as coisas boas que eu ja fui capaz de fazer, ao menos a multidao que eu conheço, julga à mim momentos em que fui totalmente errada e mau-humorada, o que é quase rotina. Cada açao na qual eu pratico ou penso profundamente em praticar tem um preço de valor quase indeterminado. Por hora quero sumir, por outra quero aparecer tanto que acabo sumindo, vezenquando quero encontrar por outras de tanto que procuro acabo perdendo as verdadeiras razoes de estar aqui.

Deixo que sejam rudes comigo, que apontem meus defeitos e detestem muitas atitudes minhas, deixo invadirem minha alma, mas tranca fio meu coraçao à sete chaves e deixo que em semanas ele fique pegando poeira, passe tempestades, seja cortado, até perder todas as senhas dos cofres, esquecer as chaves nas prateleiras da vida e deixá-lo ali por muito tempo, acostumá-lo com o mal tempo e com o mofo que acompanha o tempo úmido, nao quero sol, nao quero vento, deixo-o com a melhor amiga, inusitada solidao.

Aceito certas verdades até mesmo quando nao quero ouvir nem a mim mesma, mostro sempre um sorriso e escondo por tras sentimentos que larguei, duvidas que esqueci, caminhos que cai, postes nos quais eu bati, promessas que eu nao cumpri, amores que nao cosrrespondi, vezes em que sofri, o medo que ainda tenho e a insegurança que piora tudo. Mantenho a calma, só nao mantenho o coraçao no ritmo, corro por todos os lados, tento achar finais em labirintos abandonados, flores em jardins mal cuidados, erva-daninha.

Jogo garrafas de alcool etilico por cima, acendo o fósforo e no contraste me vejo desistindo de lutas muito dificeis, granadas que foram mal ocupadas, armas que deixei no armário, sentimentos que deixei muito à mostra. Tirei das caixas sombras de abraços que me impedir de dar, luz em caminhos que nunca investi, insignificâncias que dei muito valor, notas de música que larguei embaixo da cama, flores atras das cortinas, declaraçoes feridas, cicatrizes expostas, mal-cuidadas, adoeci.

Dores em lugares que eu nem sequer sabia que era capaz de existir, terminaçoes nervosas sem sentido, batidas aceleradas, tic-tic nervosos, estralar dos dedos, nervosismo, suor nas mãos, lágrimas em vertentes, olhos vermelhos, sem voz. Gritar e deixar que as cordas vocais arrebentem, recoloca-lás no lugar, deixar se amar, deixar viver, reaproveitar. Latas de lixo multicoloridas em que depositei meus sentimentos mais inúteis, ser arrogante, pensante, tamanha ignorancia tanta desconfiança em mim mesma.

Sigo papéis que foram implantados em mim, quase robótica, boneca cibernética, vista de cima imprestável, de lado razoável e de frente encantadora, por dentro água cristalina, por fora quebra-cabeças implantados, sujeito composto, adjunto adverbial de modo, bem possivel desvendar. Nao uso mascaras, bato de frente, e em uma luta com mil companheiros sou sempre a primeira a ser atingida, nocauteada, derrubada, e por vez sempre a primeira a distribuir o perdao. Inocencia minha palavra-chave. O medo é meu escudo e minha sinceridade meu troféu.

Deixei cair as chaves, esqueci a bolsa, os calçados e por fim as roupas, detalhes que borram todo meu interior, como borrachas que dizem apagar canetas. Do outro lado vejo pessoas cobrando de mim mais do que eu posso dar, cobrando sorrisos em que as mesmas tiraram e tentando enxugar lágrimas que nao sao capazes de cessar. Querem interromper processos e eu, como dona dos meus próprios conceitos tenho o direito e o dever de ser quem eu bem entender e fazer o que eu bem quiser.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Grande mancha

Ele não sorri, olha a telvisão sem desviar um olhar, nem parece estar respirando, não fala, o rosto fica totalmente sem expressões e decifrá-lo nesse ponto é completamente impossível. Você para na frente, sorri, diz que o ama, ele te olha e vira os olhos de novo, dessa vez o corpo acompanha e você mais uma vez foi completamente ignorada por áqueles olhos perfeitos demais. Ele puxa a camisa pro rosto e fica dificil de voce encherga-lo debaixo daquele pano, em um dia tão quente. Você senta ao lado dele esperando vim ao menos uma retribuição daquele afeto que esta incomodando ali dentro e esta pedindo para explodir, mas nada de alguma ação absurdamente cinematográfica acontecer.

Você fica angustiada, passam mil pensamentos pela sua cabeça, voce fecha os olhos e sente um movimento de leve no sofá em que você esta escorada, ele virou-se delicadamente e não tirou os olhos da tv por instante algum, você vasculhou-o com os olhos, de cima a baixo e por um momento os olhos se encontram e desviam rapidamente, com medo de qualquer descoberta ou ataque do coração. Você o beija, deita no colo e ele não move nem se quer um dedo para tentar encostar em ti, voce tenta arrumar o cabelo, arrumar a aparência ou pensa em tudo que voces conversaram antes para tentar achar algum vestigio de qualquer besteira que voce pode ter dito... mas nada.

Não encontra nada além de conversas bobas jogadas, voce por cima dele rindo das caretas, e ele te abraçando declarando um amor sem igual, tudo que voce deseja chegar aos seus ouvidos em um domingo a tarde, muito pacato. Você continua desconfortável na almofada no chão, mas não se importa pois daqui a pouco ele pode querer ir embora e qualquer momento ao lado dele é considerado sagrado, saudável, encantador, iluminista. Você reza para que ele nao coloque a camisa, mas ja é tarde demais, ele te olha por cima sentada no chão e diz que precisa ir, você rapidamente senta no sofá ao lado dele e dá um abraço que signifca: o que foi que eu fiz agora!? Ele retribui com medo, mas depois desiste, passa os braços pela tua cintura e deita no teu ombro para fitar um pouco mais a televisão, você o beija o cabelo, faz carinho no braço e implora aos céus para que nada demais esteja acontecendo ali.

Ele diz que precisa ir e voce não insiste para ele ficar, pois sabe que de nada adiantaria. Ele levanta, vai pro quarto e você.. como de costume vai atras, ele deita na cama e voce deita ao lado sem falar uma palavra também como de costume. Voce faz perguntas e ele responde baixo, desinteressado, calmo, um pouco estranho e sempre misterioso, o dom de não expressar sentimentos! Levanta, coloca a meia branca, passa no banheiro, se olha no espelho, voce o puxa e o abraça com uma força que seria capaz de destroçá-lo, pede um beijo e ele retribui, você ainda não está tão bem, mas segue acompanhando-o, ele é o amor da sua vida, a estrada é longa e voce quer acompanhá-lo.

Seguem a rua e esperam o onibus enquanto ele fita o nada e se distancia um pouco de voce, evita te olhar e encontrar teus olhos por um momento, mas no fundo tem o mesmo medo de te perder. Voce entende e deixa o vácuo entre voces, o onibus chega e não há mais nada a fazer, ele precisa ir e voce precisa deixá-lo ir, ele voltará com aquele sorriso que te encanta, com as palavras que te fazem sorrir e com um abraço sempre quente. Mas enquanto ele não volta voce observa as grandes manchas que ficam em toda a parte interna do teu corpo, manchas de culpa, de preocupação, um pouco de sofrimento e muita luta. Manchas de armas atras dos grandes galhos de arvores, manchas escondidas no coração, manchas profundas na parte superior e outras claras tentando escurecer com o tempo. São manchas que não saem, manchas boas, manchas ruins, manchas necessárias, intuitivas, ensinadas, ensaiadas.

Voce volta para casa com passos lentos e um sorriso disfarçado no rosto, não quer ouvir nada, deixa a sala escura e os pensamentos bem longe, quer dormir, quer chorar e quer novamente aquele abraço viciante que te deixa cada dia mais apaixonada.

Dois Extremos


Era noite, eu estava um pouco suada e feliz, bastante feliz. Eu havia visto uma das pessoas mais importantes para mim naquela noite, aquele amigo que te escuta quantas vezes voce precisar, que tem um abraço que é teu calmante quando as coisas dao errado, que nao suporta te ver triste, que batalha para voce ser a pessoa mais feliz do mundo e por ultimo o único ponto negativo: ele é completamente apaixonado por voce. Coisa de adolescente ou de quem idealiza muito a pessoa que voce é, no fundo ou bem externamente a culpa é sim, um pouco minha, mas juro nao me esforçar nenhum pouco para ele gostar de mim.

Nao tenho e nunca tive a intençao de retribuir todo esse sentimento sincero que ele sente, vejo ele mais como um irmao do que como um amigo e isso parece torna-lo uma pessoa mais infeliz. Nao adianta ficar longe, nao adianta tampar os ouvidos quando eu falo da pessoa que eu amo, nao adianta fechar os olhos quando eu estou com aquele vestido que atrai olhares, simples.. as coisas acontecem quando tem que acontecer, o inverso dessa situaçao é que nao há relaçao alguma de afeto(namorado/amante) entre nós e isso parece chateá-lo de uma forma que me deixa constrangida quando estou perto dele.

Vejo que nesse labirinto COM SAIDA - que ele nao quer achar - o mesmo implanta dois extremos que estabelecem um objetivo muito claro e irritante. De um lado o sentimento de amor puxa forte, do outro o sentimento de raiva (pela nao retribuiçao do amor) puxa por motivos justos - o orgulho. Quando ele deita na cama e diz que nao sente mais nada por essa menina boba, sorridente e desajeitada que o admira, ele bate na cabeça, faz um bico meio estranho e jura pra si mesmo nao sentir mais nada, raiva, vem uma raiva lá de dentro e assim... ele acaba me amando ainda mais, lembrando de cada jeito ou careta que eu sou acostumada a fazer. Deixo-o um pouco confuso nessa relaçao, pois quando o amor resolve atacá-lo em uma tarde pacata, ele suspira, deixa os olhos brilharem e acaba se iludindo novamente. Ferida aberta, mal cicatrizada, sangue que nao foi estancado, mais parece maldiçao de mae.

Entre dois extremos sempre há o meio termo e é nele onde sempre desejamos ou devemos chegar, nesse caso, nada mais, nada menos que a INDIFERENÇA para tratar de assuntos incuráveis aos nossos olhos, por que se ele estivesse ali, nao se importaria nenhum pouco de eu estar contando-lhe coisas que para mim sao super necessárias e ele morre de raiva de escutar. O problema de chegar nessa metade é o trabalho que voce acaba tendo, trabalhar o ser, o cérebro, preparar os olhos, a boca, as ideias, deixar de suspirar, escutar musicas indesejadas, mudar, ser de novo o que era antes, essa parte causa calafrios para quem sente acomodado no extremo mais usado da ocasiao ( a raiva).

Eu nunca tive o dom de ensinar as pessoas, mas sei exatamente como mostrar caminhos, sei também que nao sou a pessoa indicada para fazer isso como ele agora, nao tenho a pretensão de retribuir qualquer sentimento que passa de amizade ao coraçao dele, sou inocente, indefesa e totalmente frágil, sempre foram indicados a mim cuidados especificos e muito bem elaborados, quebro fácil, choro fácil, sou desiludida facilmente e vice-versa, mas nao tenho objetivos de desistir, eu nao sou a pessoa certa para aquele tipo de garoto ideal para qualquer garota, menos EU. Nao fui conquistada, nao quero ser e sei que isso nao acontecerá, mas o que dói é saber que ele nao sabe e LUTA para nao querer saber ou ver.

É tipico de pessoas persistentes, como eu, mas que no fundo ou bem aqui de pertinho dói demais, muito mais do que aparenta. Duas escolhas, duas mulheres, dois amores, duas músicas, tudo que é em dupla ou em dobro tem que ser escolhido um dia, passa pelo selo de certificaçao ou qualidade e se nao deu, é facilmente jogado fora, assim como os extremos, sao dois, uma dupla instantanea e momentanea, que transmite ao mesmo tempo paz e guerra, dias de sol com tempestades no final, certas pancadas de chuva ao longo do tempo. É como analisar o clima, mesmo demorando muito um dia as coisas se ajeitam e tudo - ou praticamente tudo- volta ao lugar de onde nunca deveriam ter saido.

p.s: uma das piores coisas da vida é ver seu grande amigo apaixonado por voce e voce nao querer ou nao sentir o mesmo por ele, sao coisas que veem com o tempo e vao com a rejeiçao.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Auto - Confiança.



Sorria garota!

Vai, diz 'xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiissssssss' pro espelho, passa um batom, manda beijo, tira uma foto, compra uma roupa nova, um calçado mais alto, uma pulseira. Sai, vai pra praia, pega um sol, sorri mais um pouco vai. Larga desta auto-confiança que te consome tanto e te murcha tanto, você precisa corar essas bochechas, fazer esse olho brilhar, andar com calma e ter certeza de onde esta indo, você pode, eu posso e isso é auto-confiança.

Subi as escadas um pouco desamparada e sem saber se era isso mesmo que eu estava precisando, mas como sempre eu nunca tive certeza de metade das coisas que ia fazer ou havia feito, mas estava ali com vontade de fazer de novo. Sempre tive a certeza de que um sentimento faltava em mim, aquele que deixa mais bonita, que lhe assegura que você tem condiçoes de ser quem voce quiser, eu sempre tiver mil duvidas, sobre mil assuntos dos quais nunca foram respondidos e com o tempo eu deixei pra tras. Nunca poupei elogios à pessoas que realmente mereciam, nao tenho vergonha de dizer que alguém é bonito ou como aquela pessoa mudou, mas juro que morro de indecisao quando teimam em falar as mesmas coisas à minha excelentissima pessoa.

Poxa, eu não sou bonitona, eu nao tenho corpo bonito, eu nem sou muito inteligente, nem muito madura, eu não tenho tanta criatividade e nem se quer me esforço pra ser fofa, eu sou muito antipática e é dificil de me fazer gostar de alguma pessoa que já pisou no meu calo, simplesmente decepcionante, eu juro que nao tenho nada de diferente das outras meninas, meu sorriso nao é encantador e acho que a única coisa que realmente pode impressionar é a minha capacidade de amar as pessoas e confiar nas mesmas. O mundo é ruim e nao sei se eu aprendi a lidar totalmente com essa ideia que torna minhas qualidades coadjuvantes de qualquer modo. Eu sou medrosa, ciumenta, possessiva, uma fera quando as coisas nao vão do jeito que eu quero, eu sou mimada, egoísta e bastante teimosa, ainda nao conheci alguém que saiba lidar 100% comigo, sou bastante sentimental, mas no fundo consigo ser a pior pessoa do mundo, admito ser a pessoa mais ruim que eu já fui capaz de conhecer, mas por favor não me odeie por isso, ainda estou na luta para conseguir me amar por dentro e por fora completamente.

Tenho de admitir que me amo e me amo muito, pois eu nao teria o dom de me aguentar se nao me admirasse tanto assim, mas tenho uma relaçao completamente estranha comigo mesma, eu vejo muito mais meus defeitos do que as minhas qualidades e isso me torna uma pessoa com insuficiencia de segurança, simples é como se eu nao fosse boa o bastante para fazer muitas coisas ou senti-lás.

Falta segurança nao só para mim, como para muitas pessoas, aquelas que leem sobre auto-ajuda, que buscam explicaçoes mirabólicas para saber o motivo de estarem aqui, ou aquelas que sofrem com a própria imagem, doenças, esta é a era de doenças, de muita beleza exposta, de pouco sentimento e muita arrogancia, é a era da ironia, de rir sem saber o por que e nao admitir que se esta errado. As pessoas precisam saber que elas sao muito melhores do que temem ser, e creio que eu também nao sei disso, ou nao quero acreditar fielmente nesse aspecto ou ponto de vista que eu mesma implanto em textos, ou em perguntas que eu deixo expostas na minha cama, na minha cabeça, no meu travesseiro, nas minhas roupas.. no meu coraçao.

Ser auto-confiante nao significa ser mais que os outros, nao importa a quantia de dinheiro que voce guarda no banco, ou os lugares que voce costuma frequentar, ser auto-confiante nao exige faculdade, saber 5 linguas diferentes ou ir bem em portugues, ser auto-confiante nao significa ter um namorado bonito, que te ama e lhe faz feliz, ser auto-confiante vem de voce, vem de dentro, vem das teorias que voce cria, das verdades que voce descobre, ser auto-confiante significa conhecer-se melhor a cada dia mais, ter certeza de onde se esta pisando, nao ter medo de errar e nao ter medo de ser quem voce é.

Vamos ser mais confiantes ou nao, o fato de confiar mais e de querer ser mais exige a açao de nos colocarmos no nosso próprio lugar, de aceitarmos diversas opinioes e de convivermos com pessoas diferentes de nós, ter auto-confiança é uma arte que todos tem a possibilidade de praticar, basta saber de onde voce esta saindo e em que lugar voce quer realmente chegar.