segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cobranças


Seria ironia minha e do acaso lembrar apenas as coisas boas que eu ja fui capaz de fazer, ao menos a multidao que eu conheço, julga à mim momentos em que fui totalmente errada e mau-humorada, o que é quase rotina. Cada açao na qual eu pratico ou penso profundamente em praticar tem um preço de valor quase indeterminado. Por hora quero sumir, por outra quero aparecer tanto que acabo sumindo, vezenquando quero encontrar por outras de tanto que procuro acabo perdendo as verdadeiras razoes de estar aqui.

Deixo que sejam rudes comigo, que apontem meus defeitos e detestem muitas atitudes minhas, deixo invadirem minha alma, mas tranca fio meu coraçao à sete chaves e deixo que em semanas ele fique pegando poeira, passe tempestades, seja cortado, até perder todas as senhas dos cofres, esquecer as chaves nas prateleiras da vida e deixá-lo ali por muito tempo, acostumá-lo com o mal tempo e com o mofo que acompanha o tempo úmido, nao quero sol, nao quero vento, deixo-o com a melhor amiga, inusitada solidao.

Aceito certas verdades até mesmo quando nao quero ouvir nem a mim mesma, mostro sempre um sorriso e escondo por tras sentimentos que larguei, duvidas que esqueci, caminhos que cai, postes nos quais eu bati, promessas que eu nao cumpri, amores que nao cosrrespondi, vezes em que sofri, o medo que ainda tenho e a insegurança que piora tudo. Mantenho a calma, só nao mantenho o coraçao no ritmo, corro por todos os lados, tento achar finais em labirintos abandonados, flores em jardins mal cuidados, erva-daninha.

Jogo garrafas de alcool etilico por cima, acendo o fósforo e no contraste me vejo desistindo de lutas muito dificeis, granadas que foram mal ocupadas, armas que deixei no armário, sentimentos que deixei muito à mostra. Tirei das caixas sombras de abraços que me impedir de dar, luz em caminhos que nunca investi, insignificâncias que dei muito valor, notas de música que larguei embaixo da cama, flores atras das cortinas, declaraçoes feridas, cicatrizes expostas, mal-cuidadas, adoeci.

Dores em lugares que eu nem sequer sabia que era capaz de existir, terminaçoes nervosas sem sentido, batidas aceleradas, tic-tic nervosos, estralar dos dedos, nervosismo, suor nas mãos, lágrimas em vertentes, olhos vermelhos, sem voz. Gritar e deixar que as cordas vocais arrebentem, recoloca-lás no lugar, deixar se amar, deixar viver, reaproveitar. Latas de lixo multicoloridas em que depositei meus sentimentos mais inúteis, ser arrogante, pensante, tamanha ignorancia tanta desconfiança em mim mesma.

Sigo papéis que foram implantados em mim, quase robótica, boneca cibernética, vista de cima imprestável, de lado razoável e de frente encantadora, por dentro água cristalina, por fora quebra-cabeças implantados, sujeito composto, adjunto adverbial de modo, bem possivel desvendar. Nao uso mascaras, bato de frente, e em uma luta com mil companheiros sou sempre a primeira a ser atingida, nocauteada, derrubada, e por vez sempre a primeira a distribuir o perdao. Inocencia minha palavra-chave. O medo é meu escudo e minha sinceridade meu troféu.

Deixei cair as chaves, esqueci a bolsa, os calçados e por fim as roupas, detalhes que borram todo meu interior, como borrachas que dizem apagar canetas. Do outro lado vejo pessoas cobrando de mim mais do que eu posso dar, cobrando sorrisos em que as mesmas tiraram e tentando enxugar lágrimas que nao sao capazes de cessar. Querem interromper processos e eu, como dona dos meus próprios conceitos tenho o direito e o dever de ser quem eu bem entender e fazer o que eu bem quiser.

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