domingo, 26 de dezembro de 2010

Deserta


'Era madrugada e eu estava me sentindo mais sozinha do que.. nunca. A noite era fria, o programa na televisão era desgastante, o filme na tv a cabo era de dar nojo, as músicas na rádio não serviriam para aquele momento, as pessoas online no msn não seriam capazes de me entender e o volume do notebook deveria ser mantido baixo, para eu me acalentar no silêncio. A televisão agora estava no mudo e o único barulho que eu tinha o dom de escutar era do vento soprando muito lá fora. Eu buscava refúgios em letras de música, em blogs perdidos na internet, em horóscopo, e até mesmo em conselhos perdidos que eu recebia de algumas pessoas bastante confiáveis.

Eu estava perdida, passageira, avoada. Eu era arrastada da sala para o banheiro de 20 em 20 minutos por que aquela ansiedade me dava dores de cabeça e enjoos irregulares, pensei em tomar um copo de água gelada, um suco, um leite quente, comer uma fruta e até mesmo um chocolate, mas aquilo só pioraria minha situação, eu não queria nada que fosse digestivo e chegasse ao meu estomago, nada naquela hora era bem-vindo senão uma palavra de consolo: tudo vai ficar bem. Ao contrário disso, eu sabia que as coisas estavam indo para um lugar que eu desconhecia, que as pessoas não estavam concordando com boas noticias e eu deveria lutar um pouco mais para chegar na linha final.

Eu já não havia lutado o bastante? Teria que partir agora para agressão física? Os sentimentos já não haviam sido arranhados demais? Eu não era digna de tanta insegurança e eu não sabia se ainda haviam forças dentro de mim para pegar a granada e lutar por mais 5 minutos é quando você se sente assim que você sabe o quanto ainda tem pela frente. E que venham mais batalhas! Decifra-o, invada-o, entre na dança em que ele esta lhe propondo pois a coisa mais difícil pode ser entendê-lo, mas a coisa mais fácil é perdê-lo. Essas palavras entraram pelos meus olhos e terminaram de rasgar o resto do meu coração. O havia sido aquilo? Um aviso, uma súplica ou um conselho? Eu não poderia desistir agora no meio do caminho, eu estava dando grandes passos e a solidão não era minha melhor amiga.

Deitei de bruços no sofá e fiz um bico. Não resisti e conectei-me à uma música calma, abaixei a cabeça e deixei que terminassem as minhas cotas de lágrimas, pois esperança era a última coisa que eu teria naquele momento. Alguém bombava dentro de mim pensamentos ruins e negativos como era de prachê. Não sei por que me afetava tanto, mas ia lá dentro, lá no fundo e arrancava todas as lembranças boas com um simples toque de varinha se merecesse o segundo nome: condão. Levantei rápido e decidi dormir.

Fui até a cozinha, meu estomago doía, eram fisgadas, beliscões, as borboletas lá dentro haviam virado piranhas. Abri a geladeira, com a força que ainda me restava, inclinei-me e peguei um copo de suco de abacaxi, um ácido, que beleza! Enchi o copo e guardei o que havia sobrado. Encostei-me na pia e comecei a falar sozinha como de costume. ' Descobri que você é impossivel, inalcançável e que terei que lutar muito por você ainda.'
' Que somos diferentes, mas eu posso dar um jeito nisso, pois te amo e aposto em você todas as minhas fichas.'
Eram palavras ensaiadas e doloridas, mas que me davam uma certa segurança no final da noite. Terminei de tomar e fui em direção ao quarto, sentei no escuro e comecei a falar cada vez mais alto e de um jeito revoltado, palavras que faziam tanto sentido que a cota de lágrimas havia se renovado e estava ali, brotando de lugares em que nem se quer havia água. Eu me afogava nas mesmas e não perdia o fôlego.

Desabafar para mim mesma sempre foi a solução quando a maioria das pessoas desconhece o meu medo e não sabem exatamente o que eu queria ficar sabendo. Dar-me conselhos e analisar situações sempre foi a alternativa quando as possibilidades são poucas e ninguém é capaz de entender o que você está sentindo.

'Há males que vem para o bem...'

E que assim seja!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel.


Querido papai noel desse ano tão cheio de voltas, queria fazer-te um pedido e espero que ele chegue a tempo para esse natal tão bom. Meu caro bom velhinho, que vens tão de longe, deve estar nevando por aí, não é? Suas renas estão boas, chegarão para me ver há tempo? Aguentarão esse frio danado? Posso ter esperanças de que você virá, ou eu estou pedindo-te meu presente de última hora?

Ele é simples, eu juro, eu prometo não incomodar mais. Prometo até dar-te um pedaço do peru, e mais algum presente meu que voce gostar, mas por favor apareça aqui e traga-o embrulhado em um papel brilhoso vermelho, com um laço bem grande branco, estou sonhando com isso há alguns meses. Pedi à estrela cadente, ao coelho da páscoa, pedi pra família, pedi pra mim mesma, mas nada de chegar, ele é caro, mas vale tanto à pena, e eu sei que mereço. Ai meu bom velhinho, me ajuda!

Eu fui desobediente esse ano, eu sei, eu deveria ter estudado mais, saido menos e não deveria ter feito algumas pessoas sofrerem, mas escuta ó... Se você me der esse presente eu prometo ficar boazinha, gentil e não reclamar mais, ele tem sido o presente mais difícil que eu quis, não tem mais no estoque e aqueles que restaram vieram com defeitos irreparáveis, eu não consigo alcançá-lo pois ele tem estado no topo da estante, e eu vejo muitas cobiçando-o, não tanto como eu, mas estão. Às vezes dói, sabe tenho de admitir por que ele é bonito demais aos meus olhos e tem mil funçoes, ele até sorri invejavelmente, PAPAI NOEL! Não é um presente perfeito?

Ele até já tem nome, idade e principios, ele tem vontades, objetivos e o coração dele bate assim como o meu, mas está faltando um empurrão, sabe? Pra ele cair da estante e se encaixar em mim, eu passo em frente àquele lugar todos os dias e o vejo, mas já desisti.
Vou te desocupar por pouco, mas leia essa carta e venha me ver, traga-o contigo, por que por aqui as coisas estão dificeis.

Eu juro que cuido dele, que dou amor, carinho e atençao, eu ja sei o que devo fazer, a loja me entregou o manual de intruçoes por que ela apostava em mim nesse natal e já sabia assim como todos os outros que ele era meu, mas nao o sinto aqui pertinho, aqueles olhos parecem distantes às vezes, corriqueiros, passageiros, creio que eles não têm parada e eu sofro assim, queitinha.

Se for me procurar, estarei com um vestido cor de rosa, florido e um sapatinho com uma flor preta, eu estarei sorrindo e explodindo de esperanças, o sapatinho também estará na janela caso voce queira me deixar um pouco de paz de espiríto e seus biscoitos estarão embaixo do pinheirinho com um copo de leite morno, eu sei que é assim que voce gosta. *-* Se eu nao estiver na janela sorrindo, eu estarei dormindo, nao me acorde, mas beije minha testa e deixe o presente embaixo das cobertas comigo, ele merece todos meus cuidados, dobrados ainda se vierem de voce.

Agora vou passar em frente à loja, nessa noite escura com um vento de arrepiar. Vou lá desejá-lo um pouco mais e ver meus olhos brilharem contra a vitrine, enquanto ele me fita, com aquele sorriso estático e aquele olhar meio por baixo.

Mas apareça meu bom velhinho, a minha esperança será a última a morrer, por que quem luta mesmo que saia um pouco machucado e desiludido, sempre há algum retorno, nem que isso sirva somente para sonhar.

Beijo

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Beleza se põe na mesa?


Nunca servi do tipo gostosona, barriguinha tanquinho, sorriso bem branco, dentes retos, perna fina, bunda mediana, braços finos e bastante peito. E isso no fundo e externamente me desagrada completamente, admito invejar as garotas do manequim 38, enquanto eu entro em um 40, invejo aquelas garotas que nao precisam cobrir algumas espinhas e o sorriso chega a brilhar contra o sol.

Ao contrário do tipo perfeitona, sou do tipo problemática, com complexos estranhos sobre meu corpo, tenho pernas e canelas totalmente desproporcionais entre si, minha bochechas são fartas, minha cintura é do tipo 'fina', minha barriga tem uma saliência, odeio meus pés, meu cabelo vive de lua e eu tenho uma espinha no canto do rosto que me irrita quando resolve aparecer. Sou fotogênica não nego, mas invejo àquelas garotas de beleza suprema, sorriso de comercial de pasta de dente, pernas que podem ser exibidas verão a dentro, barriguinhas que ficam perfeitamente bem em uma blusa justinha e que não precisam de uma quantia de pó.

Nunca tive medo de sair com alguns tipos de roupa e nem de parecer extravagante demais, mesmo me sentindo gorda ao extremo eu sei que eu chamo atenção por onde passo, algumas pessoas devem conseguir ler meu pensamento, pode ser isso. É, deve ser isso! Sei que vivo pensando e nesses trancos e mundinhos a parte cheguei a concluir que beleza nem sempre é o prato principal das pessoas, assim como arroz, bife, feijao e batata frita é o prato comum entre os brasileiros. Temo, pois sei que algumas pessoas temem por seres inteligentes e pensantes, creio que é por isso que sou um pouco odiada por entre alguns, eu tenho um sorriso legal, um cabelo cacheado, um papo agradável, curto músicas do momento, sei alguns notícias, tipica garota normal, mas não nesse mundo.

A beleza das pessoas não é testada em festas, organizações, eventos, quantidade de maquiagens, o tipo de rímel, quanto ela pagou pela sombra, mas sim o que ela vem sendo no dia a dia, no sorriso que ela traz quando entra em uma sala de aula e as piadas que ela solta, mesmo com um humor totalmente para baixo, o sorriso decepcionado quando algo não dá certo e a persistência quando os sonhos tendem a desmoronar, uma pessoa é bonita quando sabe onde é o seu lugar, sabe admitir o erro, faz questão de pedir desculpa e por isso, somente por isso torna-se encantadora.

Não faço o modelo garota ideal, por que sou completamente antiquada, sou forte em pensamentos, teimosa e dificil para aceitar algumas opiniões, nunca tive problemas por falta de garotos e acho sinceramente que me viro muito bem sem eles, tenho amigos que me fazem ver que o amor é necessário mas se não deu agora, amanhã é um novo dia, sempre escolhi os caras que gostei e não me arrependo, se bem que existe alguma exceção para essa regra, haha mas deixamos isso de lado. Todos que ja gostaram de mim, viam que minha beleza ia além do meu rosto legal, de uma bunda um pouco avantajada e uma altura razoável, eles sentiam que eu era capaz de ir além de tudo que eu sempre sonhei, que eu tenho persistência, força de vontade e sinceridade quando alguma coisa da errado.

Creio que na minha mesa, eu gostaria de ter além de beleza, inteligência, decência e pensamentos positivos se não for pedir demais, que o prato principal viesse acompanhado de amor, afeto e carinho e quisesse colocar em sua mesa, um pouco de inteligencia também, pois sei que no meu cardápio a beleza é o prato mais caro e raramente ela é servida, simples.. o fato é por que o estoque dela é pouco e tenho medo que ela acabe.

Pois enquanto o mundo girar em torno de status e beleza física, o amor e a beleza da alma serão pratos extintos e quando provados, totalmente afrodisíacos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

De certo Modo


Seus olhos me fitam da cabeça aos pés. Na realidade, sinto que é mais um pedido de socorro do que um relance de cumplicidade, sinto que o verde dos seus olhos misturam-se com o azul do céu e formam uma cor que eu não seria capaz de descrever, transformam isso em sentimento de insegurança. Como queria poder dizer-te coisas bonitas, minha amiga.

Aconselhar-te e fazer tu deitar em meu colo e te mostrar como sempre estamos certas. Maldito tempo, queria poder sonhar como nos tempos antigos e dizer que tudo tem mil e uma possibilidades, fazer tu encarar os momentos de dificuldade esperando sempre com um sorriso no rosto, ver-te corar quando algo te deixa com vergonha e te abraçar quando a raiva vier a te encorajar. Falar-te de amor e que vale a pena após tanto esforço para encarar algumas dificuldades, o Sol vem preencher minha alma e me fita assim como você, me enchendo de esperança para um mundo melhor.

Queria realizar todos teus sonhos impossíveis e te fazer sorrir quando falo coisas que não caem bem ao seu ouvido, poder te fazer gostar de algumas coisas saudáveis e necessárias e te fazer desistir de algumas aventuras mirabolantes que és fã número 1. Dar-te meu amor imerso de sonhos e objetivos e em troca apenas sua felicidade. Queria poder te dizer que a vida nem sempre sorri para àqueles que batalham e que dão uma chance ao amor. Dê uma chance ao amor, se for para seguir um conselho de uma romântica beirando o fanatismo, seja ele quem for e como for, se lhe der o coração entregue teu futuro e verás como o quebra-cabeça se encaixa.

Dou-te meu suporte, minha base e minhas mãos para quando tiveres medo do escuro e de algum desconhecido que vier te balançar. Dou-te minha cama, meu abraço aconchegante e meu prato de comida se você não ter para onde correr na hora da fúria, sou seu braço direito para quando caíres e sua perna esquerda caso precisares correr da solidão. Serei sua consciência limpa no caso de um dia você vier a sujá-la de tinta, apenas não te dou meu coração pois esse eu já te ensinei a criar.

Dei à você toda a sensibilidade que existia em minha alma e agora te cuido para não escorregar nesse coração de manteiga que te transformei, nunca tema em perder as pessoas que ainda não são suas, mas preocupe-se em conquistá-las todos os dias, para poder tê-las quando quiser e precisar. Nunca abaixe ou levante à guarda, continue conversando comigo nariz com nariz, olho no olho e seremos para sempre irmãs postiças, ímãs opostos, fogo e gelo, canceriana e escorpiana. Tenho orgulho em te conhecer melhor do que qualquer pessoa insana que diz ser alguém mais do que é capaz de ser, de poder conhecer tua história e ter o direito e o dever de te puxar a orelha quando você ousar a dizer que estou errada no momento de plena convicção do certo.

Além de tudo, acima de tudo e de todos sou aquela que você conhece como um espelho e reflete minha felicidade, gerando energia e satisfação à todos que teimam em nos cercar, tenho o direito de querer ser tua mãe, vezenquando quando você quiser se manter errada. Tu és tão determinada quanto qualquer pessoa que já chegou a satisfação suprema e atingiu o auge da vida, tens a força de um touro e a fragilidade de uma criança, que com sonhos enfrenta trancos e barrancos e nunca perde o brilho. Estilo básico, em festas vestido preto e all star como melhores amigos, lápis de olho e muito rímel, dia a dia, blusa branca, camisa xadrez, sapatilha e um rosto sério. Cabelo pro lado, um pouco desajeitado e mais ou menos curto, batom cor-de-rosa, sorriso meio pro canto, e boca pequena. Observadora, inimiga de injustiças e um pouco irônica. Sarcástica, levada e confiante, passos lentos, quase sempre atrasada, inimiga do relógio e de cadernos cheios de taferas.

Uma alma cabível, essência cara, aroma amargo com final adocicado, olhos a frente, mãos sempre fechadas e um pensamento sempre correndo em direção à algumas ideias repentinas e pouco acomodadas. Muito engraçada, sabe a hora exata de me fazer sorrir e como me fazer chorar. Sabe me deixar angustiada e com um pensamento longínquo, passageiro, roliço.

Tranformou-se na pessoa mais admirável que eu fui capaz de conhecer, não se cansa de conviver comigo o tempo que for necessário e de agradecer por ser quem eu sou. És amável e um pouco antipática demais. De certo modo, consigo amar seus defeitos e suas maneiras de se expressar por mais odiáveis que sejam, de certo modo consigo enchergar teu erro enquanto os outros só conseguem ver suas qualidades, de certo modo consigo te chamar atenção sem ser estupída e odiada por você. Isso me faz ser uma pessoa na qual nunca irá te abandonar, não importa aonde o tempo irá me levar ou quando o tempo irá me trazer de volta, há certas coisas que nem o tempo, nem o lugar são capazes de mudar e uma delas é você.

Da sua melhor amiga, Bruna;

p.s: I love you ♥

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Uma canção de amor


'Tem coisas em você que me fazem bem não sei por quê...

Literalmente eu não sei por que aquele sorriso me faz sorrir com a mesma intensidade, eu não tenho noção por que aqueles olhos me encantam tanto, mesmo quando não me olham, são simplesmente o brilho da minha escuridão. Aquele abraço tão acochegante e reconfortante, que é capaz de tirar todos meus medos e inseguranças pelo tempo que for necessário, as palavras tão boas que percorrem meus ouvidos e a verdade que invade meu peito.

Eu posso estar deitada olhando-o e ele em pé na minha frente que tudo está bem, eu posso estar na cozinha e ele no quarto que eu consigo sentir o cheiro dele bem do meu lado, ele pode estar olhando para um ponto fixo e eu para a pinta que ele tem no ombro esquerdo e meus olhos continuam brilhando, por que ele tem uma áurea boa, ele me protege, me cuida, me assegura. Isso deve se chamar amor, a vontade de estar perto e temer mundos e afundos quando permanece 2km de distância, é querer ver todos os dias sem medo de enjoar, é ficar brigado por 20 minutos e depois não aguentar, ter medo de perder, mas medo mesmo, daquele que permite que você largue tudo só para ver a pessoa que se ama feliz.

Me invade, incendeia, enxuga, arde... Só pode ser amor, quando o celular toca nem o coração aguenta, inconscientemente eu abro um sorriso e fico totalmente sem jeito, eu já deveria estar acostumada à ouvi-lo o tempo inteiro, mas era como se fosse sempre a primeira vez, poder abraçá-lo e beijá-lo toda vez que eu o vejo é o melhor presente que eu poderia receber, a maior demonstração de amor de afeto que eu poderia sentir, ele tem uma mágica sobre mim que nem se quer consegue ver, eu sou mantinha refém toda vez que eu o sinto por perto, dedico-lhe todas as canções de amor, poesias românticas, todo o brilho das estrelas, as águas do mar, dedico-lhe também a brisa e o meu coração.

Eu posso descrever cada ação que ele pratica toda vez que nos vemos, para cada ponto que ele olha e cada palavra que ele repete, eu consigo imitar suas caras, e sei que ele não consegue fazer o que eu faço com a língua, eu posso falar sobre algumas aventuras, descrever a roupa que ele estava e quantas vezes ele arrumou o cabelo no espelho, posso contar-lhe sobre suas músicas favoritas e as músicas que o faz querer dançar, eu posso ficar olhando-o dormir por horas e contar quantas vezes ele se vira, e quando acordar eu posso sentir a firmeza do meu sorriso e do meu olhar sem jeito, posso sentir meu coração perdido quando o vejo indo pra longe, só não posso contar-lhe que me sinto sozinha quando ele não está para me fazer manter a calma. Meus segredos mais escuros, as passagens mais difíceis e o ciúmes mais bobo.

Tenho minhas angústias quando não o vejo sorrindo e sinto tristeza quando o sinto 'pra baixo', sinto meus atos agindo como imãs, involuntariamente se moldando aos dele, são duas vidas completamente diferentes, simplesmente opostos fisicamente e sentimentalmente atraídos. Discordamos em alguns pontos extremos e temos a mania de pensar na vida, vivemos brigando, mas somos completamente loucos um pelo outro. Daria-lhe a minha vida se isso fosse possível e viveria o tempo inteiro para protegê-lo, ele é uma das únicas coisas pela qual eu poderia morrer lutando e não me cansaria se no final ele continuasse me amando.

O meu único pedido para as estrelas, o meu único sonho durante a noite, o motivo das borboletas em minha barriga, o nó em minha garganta e a esperança de ainda continuar sonhando com um mundo melhor, uma vez provada da sensação de amar de verdade você não sonha com nada mais do que passar o maior tempo possível com ela, é como uma droga que depois de tanto consumi-lá vira um vicio que nem você nem ninguém são capazes de controlar e é exatamente assim que eu me sinto diante do teu olhar.

'Mesmo que eu procure as palavras certas, tudo que eu queria dizer era obrigada...'

p.s: I Love You

domingo, 12 de dezembro de 2010

Deixa pra lá .



"Ser significativo para alguém, não significa deixar de ser magoado, machucamos à nós mesmos o tempo inteiro, com intenção ou não. É simples, temos a faca e a usamos de um modo contraditório ou com a ideia contrária daquilo que queremos, somos os autores dos nosso próprios crimes, os erros dos nossos próprios defeitos e mesmo assim não aceitamos nada que seja dito sobre isso.

Adeus mundo Real, decidi viver sozinha, mesmo que isso me custe alguns anos de recuperação. Reabilitar, inovar, ser capaz. Entrego-te meu coração, querido futuro, esconda-o e não me dê de volta e nem o venda por um preço suficientemente barato, ele ja foi despedaçado, mas consegue sem dúvida alguma viver mais um grande amor, vendo-o por um preço mais justo do que o mesmo vale, pois já não suporto pensar nas consequencias de mais uma entrega.

Ele pulsa adrenalina, excitação, pulsa simplicidade, dedicação e infelizmente sensibilidade. Meu amigo futuro, tenho a pequena vergonha de dizer que sou a pessoa mais sensível desse mundo, encaro certas possibilidades como se fossem as ultimas e as piores naquele momento, tem dias em que eu não vejo saídas e outros que eu nem sequer as procuro, admito ser fraca para a maioria das emoções que vivo e não suporto fortes tristezas, eu caio e raramente faço a questão de levantar, não admito ser contrariada e odeio quando rejeitam o meu jeito de ser, poupo-me às vezes criando ilusões de que todas as pessoas que eu gosto, sentem o mesmo por mim.


Admiro áqueles que aceitam ser derrotados, admiro-os pelo fato de que, cair e levantar é um dos momentos que mais requer dedicação em toda nossa vida, perdoar e partir pra outra... admiro-os ainda mais, sou indescritivelmente dura, sinto em contar-te caro futuro, de que sou teimosa a ponto de não voltar atras, de não pedir desculpa e não querer resolver meus problemas, eu corto as linhas, acabo com as ligações, termino com os sonhos de laços invisiveis e amizades que nunca existiram, eu sou ruim, sou uma das únicas pessoas capazes de matarem a si mesmas em próprios pensamentos.

Malditos pensamentos, vá embora presente, já te abandonei infeliz passado, por isso estou sozinha, o quarto é claro, todo branco, e eu estou com luvas escuras, não há nenhum espelho em que eu possa ver a minha imagem refletida, cara narcisista, sonhos capitais, cartões de crédito, eu estou enlouquecendo, morrendo de amor, manequins estão andando, sapatos estão fora de moda, eu preciso andar descalça, reiventar, cortar o cabelo, reescrever a introdução.

Eu posso sentir que não estou bem, que fui machucada e o corte não consegue cicatrizar, eu vejo pessoas de mãos dadas me indicando uma direção, vejo uma garrafa de uisque, um copo cheio de água e um prato de peixe ao molho branco, eu vejo olhos verdes, florestas e céu azul, combinações decisivas, intuitos de mulher, rastros de sangue, pegadas grandes no final da rua e muito óleo jogado na porta de entrada, vocês não são bem-vindos aqui ilucionistas imperfeitos, ninguém lhes chamou, não precisam de vocês por aqui, o rumo esta dado, a estrada foi construída, quero ser feliz.


Deito-me em silêncio e me vejo segura, forte e com o coração intacto, os pesadelos tinham o poder de detonar minhas ideias e a minha felicidade, eu era invadida por monstros visuais e terminada por futuros muito longos, aquilo mantinha o sentimento de insegurança por muito tempo, mas não existe nada em que eu possa fazer em relação á isso, nada mais do que esperar o amanhã iluminar minhas noites e o amor da minha vida para acalmar meus sentimentos."

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Querido ano que se vai!?


'Todo final de ano, quando dezembro chega meu coração aperta e meus olhos ficam cheios de água.

Pausa para a nostalgia, para as lembranças e para enxugar o choro, é tão ruim de admitir que mais um ano passou literalmente voando e que queremos impulsivamente voltar atras de absolutamente tudo, desde àquela briga horrivel com a sua melhor amiga até o momento em que você encontrou a pessoa pela qual você é apaixonada até hoje ou no momento em que você fez uma amizade incrivel com a aluna nova que sentou na sua frente.

Eu sempre lembro nitidamente da maioria das coisas que eu fiz durante o ano, desde a nota da primeira prova no colégio novo até o lugar em que eu sentei no primeiro dia de aula, com que roupa eu passei a virada de ano e a cor da calcinha para trazer muito amor. Lembro de cada pedido enquanto pulava as sete ondinhas e por que derramei algumas lágrimas assistindo a queima de fogos na praia. Lembro que a primeira pessoa em que eu pensei quando deu meia-noite foi a minha irmã e o quanto ela é o meu tesouro, lembro que eu tinha planos que alguns até agora não se concretizaram enquanto outros correram perfeitamente bem.

Lembro da minha viagem, lembro das roupas que eu ganhei, do tão esperado 15 anos e de como eu ansiava por conhecer pessoas novas. Lembro de cada rosto estranho que vi quando entrei no colégio e de algumas brigas desnecessárias que eu tive com a minha mãe, lembro de alguns segredos e de como eu conquistei a confiança dos meus novos amigos. Lembro de como eu queria manter alguns velhos amigos e da saudade que eu sentia de algumas pessoas que se aparentavam distantes demais. Lembro de algumas festinhas e de alguns grandes micos, lembro de muitas realizações, decepções e angústias, eu lembro de ter dividido segredos que nunca seria capaz de dividir com ninguém, provar de sensações maravilhosas e confiar em pessoas que realmente mereciam.

Como o verbo 'lembrar' é capaz de ser tão nostálgico?

Tudo o que passou por mais ruim que fosse naquele momento, agora parece mais uma de milhares de tormentas que eu ainda terei, como é ruim ver algumas coisas se afastando, outras saindo de nossa vista assim como é muito bom ver pessoas entrando na nossa vida sem intenção alguma de sair, é muito bom notar que algumas pessoas que nós nem se quer tinhamos a intenção de conhecer hoje.. são aquelas pessoas que mais temos medo de perder, fim de ano é sempre assim, triste mas traz com ele mais um novelo de esperança, muita linha, muita história, uma capacidade ainda maior para armazenarmos problemas e decepções, pois do mesmo jeito que o ano passa, nós também passamos para um lado melhor ou pior, mas passamos.

Passamos por que aprendemos que nunca devemos ficar no mesmo lugar, numa devemos estar no mesmo ponto de vista e ver as pessoas mudarem, devemos ser a mudança que queremos ver, que isso sirva de lição à todos aqueles que esperam de mim algo maior, que sirva de lição àqueles que acham que eu tenho um pé na perfeição, que isso sirva para mim mesma. Que no próximo ano eu esteja tão orgulhosa de mim e das pessoas que eu amo quanto estou agora, que eu possa dizer com todas as palavras que valeu a pena, o como eu conheci pessoas boas e ruins. Aaaaaaaaaaah como eu aprendi a lidar com algumas situações impossiveis do passado, a controlar alguns sentimentos e a deixar de lado algumas intrigas que só me enfraqueciam.


Obrigada meu Senhor, obrigada meus amigos verdadeiros, obrigada meus conhecidos, obrigada minha familia, obrigada melhor amiga, obrigada amor da minha vida, obrigada meus inimigos, obrigada àqueles que falam bem ou falam mal, vocês foram o meu crescimento e minha oscilação de sabedoria, quero poder carregar todos vocês em minhas costas quando as coisas não estiverem bem, quero poder surpreende-los quando vocês acharem que eu estou na mesma, queria poder abraçar um por um agora, mas não sei se meus braços surportariam tanto amor, sinceridade e dedicação, meus sentimentos mais sinceros á todos aqueles que me amam e me querem bem.

Estarei em 2011 de braços abertos para novas felicidades, novas amizades, novas decepções, novas forças, estarei de volta mais forte do que nunca e com muito amor para dar àquele que melhorou o meu ano e a minha vida, queria agradece-lo mas o fato de querer isso deixa minhas bochechas coradas e o meu coração pulsante, me deixa sem ar e com um brilho nos olhos, como é bom descobrir que o amor não morre sempre na primeira vez em que ele é jogado fora. Como é bom saber que existem pessoas boas nesse mundo, pessoas que amam, que ainda usam da sinceridade para fazer o próximo feliz. Que eu possa segurar na mão de cada pessoa que me arrancou um sorriso e dar à ela meus sinceros desejos de felicidade.

E que venha 2011!


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Descabelada


'Mais uma manhã naquela cidade monótona, com pessoas monótonas, com coisas monótonas e sentimentos monótonos. Era certamente óbvio que o único que poderia me salvar seria ele, se ele não fosse tão impossivel aos meus olhos. Ele era bonitão, tipo conquistador, sorria para quem quisesse ver e era muito gentil com aquelas garotas bonitas com quem ele andava, o único defeito era: ele nem se quer me olhava, passava por mim como se eu fosse um espelho, ok quem sabe eu sou completamente invisível àqueles olhos claros.

Eu sempre perdia as contas de quantas vezes eu pensava nele por dia, ou quantas vezes eu escrevia o nome dele na última pagina do caderno, essas coisas de pessoas muito apaixonadas e pouco retribuidas, sabe? Eu tinha mania de escrever horas iguais na palma da minha mão por que tinha no fundo alguma esperança de que ele estivesse pensando nessa garota boba com um sorriso meio torto que lhe encarava todas as vezes que pudesse vê-lo, ele morava um pouco distante da minha casa e nem se quer estudava no mesmo colégio que o meu, mas era com certeza o amor da minha vida, eu frequentava o orkut dele o dobro de vezes que eu mesma frequentava o meu, via e revia todas àquelas fotos e sonhava em um dia poder estar lá, garotas apaixonadas são sempre as piores, tem sonhos que até Deus duvida, certo... ele não era para mim e eu já havia chegado nessa conclusão, mas o amor que eu tinha dentro do peito gritava muito mais do que meus ouvidos pudessem escutar ou muito mais do que eu pudesse suportar, aquilo simplesmente me rasgava inteira, era uma faca atravessando meu estomago e cada segundo ela dizia alguma verdade em que eu teimava não acreditar.

Eu não conseguiria nem de perto descrever àquela beleza e como minhas pernas tremiam quando ele passava, a forma como ele jogava o cabelo e a forma como ele colocava a mão no bolso era completamente hipnotizante, eu mal conseguia segurar os meus cadernos, não sei se aquela crise estúpida de timidez passaria, mas ficar daquele jeito era somente para pessoas fracas e eu nunca havia sido assim, mas se eu ousasse comentar desse tal amor, as coisas piorariam e eu estaria cada vez mais sem chão, se é que depois de amar tanto uma pessoa eu ainda tenha algum tipo de suporte. Eu sabia seu nome, seu endereço e das coisas que ele mais gostava, eu sabia de algumas garotas que ele havia ficado e que ele não era de estudar muito, percebia que ele tinha um papo legal e que todas as garotas que o cercavam dariam tudo para ficar com ele ao menos uma vez na vida. Ele era rodeado de garotas que lhe puxavam o saco de uma forma que me dava náuseas, elas davam risada de tudo que ele falava e no fim de qualquer frase suspiravam.

Por um lado isso tudo era inveja da minha parte por que nem se eu me esforçasse durante anos estaria no lugar delas e por outro era falta de entendimento por que no fundo ele era apenas um garoto que já havia passado por alguma decepção amorosa no passado, no fundo ele tinha um coraçao de ouro e tinha ideias absurdas e sonhos mirabolantes como qualquer adolescente normal, mas pra mim ele era mais, ele era o topo da árvore e eu precisava escalá-la, nem que isso fosse perda de tempo, mas seria a perda de tempo mais valiosa da minha vida. Eu tentava esconder a vergonha sempre atras de uma tela de computador e ele nunca me dava muito papo, com certeza ele tinha coisas melhores para fazer do que ficar conversando com mais uma garotinha qualquer.

Todas as noites meus olhos dificilmente encontravam o travesseiro por que as lágrimas inundavam meu rosto, eu sonhava com aquele rosto todas as noites e doía só em saber que toda vez que eu levantasse da cama eu teria que encarar mais um dia sem poder tocá-lo, sem poder expressar toda essa explosão de sentimentos que me preenchia o peito e me esvaziava o coração, eu teria que aceitar que garotos como ele nunca dariam bola para uma garota como eu. No fundo eu sabia que eu tinha potencial para ser quem eu quisesse e conquistá-lo, mas era a insegurança que me afogava e eu não conseguia voltar à margem, não sei se eu via alguma problema nisso por que quanto mais a gente sonha com alguma pessoa, mais a gente espera dela e no final quem acaba sendo machucado são os nossos sentimentos puros e sinceros que não seriam capazes de fazer mal à ninguém.

Depois de um tempo eu desisti de corações e declaraçoes de amor na ultima página do caderno, as músicas também não faziam mais sentido para mim e eu não queria nada mais para me lembrar dele, ms ele era como uma tatuagem no meu peito, se eu não pudesse tê-lo não haveria problemas, mas eu também não aceitaria parar de querê-lo e jogar fora todas as noites mal dormidas e os dias enfrentados para poder ve-lo nem que fosse de longe.'

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A cada sonho que se foi.


Se eu pudesse ter apenas um desejo seria: parar de sonhar. Os sonhos sao o abismo da nossa mente e a perdiçao das nossas ideias, sonhar requer motivos, objetivos e decepçoes, sonhar significa ver no hoje os erros de ontem e tentar concerta-los, sonhar significa pensar no amanha e planejar, e planejar e no fim dar tudo errado. Sonhar é o desastre dos humanos, se sonhassemos menos investiriamos menos no homem ideal.

O homem ideal não é aquele que diz que te ama de 5 em 5 min ou te liga todos os dias para ouvir sua voz, o homem ideal não precisa ser gostoso, ou bonito demais, o homem ideal nao te manda flores quando voces completam um mes de namoro, o homem ideal nao é aquele que faz declaraçoes absurdas de amor e grita para o mundo que voce é a mulher da vida dele. É simples, o homem ideal é aquele que sorri só por estar te vendo, que sente saudade e tem medo do futuro, que deita no seu colo e demora muito para admitir que seu cafuné é o melhor, mas admite. O homem ideal é aquele que dá o mundo para te ver feliz e o coraçao para nao te ver chorar. O homem ideal é aquele que te ama, aquele que se sente sem forças quando nao está ao seu lado, agarre-o e seja feliz com ele.

Não pense que amores impossiveis são as flores da estaçao, o fato de ser impossivel é igualá-lo ao ponto máximo de ilusao, encará-lo como algo impossivel é fazer com que sua dor aumente e o tombo seja ainda maior. O fato de cairmos no abismo tende a ser a única soluçao para escalarmos mais uma vez outra montanha, desde que dessa vez ela seja possivel. Encontramos em nós mesmo sempre uma segunda chance e uma outra saída para nossos erros, isso significa que lutamos à favor do tempo e contra os nossos sonhos. Vejo que sonhar é uma forma de prever o futuro e nos colocarmos dentro de um jogo que não tem saída, sonhar é querer coisas e trabalha-las apenas no pensamento o que nos torna incapazes de lutarmos por aquilo que queremos ou almejamos. Querer parar de sonhar é nada mais do que sonhar, sonhar baixinho com medo de errar!

O bom de sonhar é que com isso voce nunca perde a sua essencia, se sonhassemos menos seriamos eternas crianças descobrindo sempre um novo mundo e nunca esperando demais das pessoas, por que sonhar é querer das pessoas ou esperar delas tudo aquilo que esperamos ou queremos de nós mesmos, é colocar coisas estúpidas em primeiro lugar, acima do nosso dom de saber o que é certo ou errado, existem sonhos que não tem parada e são esses mesmos que nos impedem de sermos quem somos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O começo do fim


Havia pessoas no meio do caminho, outras estavam chegando ao fim, outras haviam se perdido no começo e tinha também aquelas que lutavam no meio da história, outras fechavam os olhos para tentar encarar o monstro da solidão, algumas abriam a boca para gritar e levavam um choque ao saber que suas vozes nao poderiam ser ouvidas ali.

O túnel era negro e nao haviam ecos, nem imagens e semelhanças, espelhos eram usados para matar aquele que invejasse o próximo e rosas eram dadas aquele que menos se importava com o futuro.

Ano 2030, todos mortos, vazios, com um cálice de vinho na mão, por que tanta maldiçao e esperança, por que esperar tanto uns dos outros e do caminho que seguimos? Pra que forçar felicidade, fingir um sentimento, sorrir na hora errada e desconfiar da pessoa certa? Malditos seres humanos inconscientes, bebados, levados pela opiniao dos demais. Malditos palhaços esquecidos, circos queimados, maquiagens forjadas. Malditos elementos essenciais, matérias insignificantes.

Futuro logo à um passo e todos estaremos completamente com as maos vazias, ao invés de carregarmos o que nos tiraram de melhor.. o amor.

Ameeeeeeeee, meu companheiro, nada melhor do que caminhar na rua e procurar o cheiro da pessoa que se ama, nada melhor do que deitar na cama e esperar sem pressa o abraço da pessoa amada, o beijo, o brilho no olhar. Amar sem querer nada em troca, sentir o coraçao pulsar sem intençao e querer demonstrar esse amor todo de uma vez só. Amar sufoca aquele se que importa menos e acalenta aquele que daria tudo pelo outro. Sinta o sabor da felicidade, de como é viver na era do fim do mundo. Como é amar em meio às guerras e suspirar diante dos canhões. Soltar bombas atomicas e deixá-las explodir de felicidade, apenas felicidade. Coraçao não suporta a mesma dor duas vezes e o destino se encarrega de mostrar a mesma dor com intensidade diferente.

Estamos nas mãos do futuro, na direçao contrária, com pessoas distintas , vestindo os mesmos calçados e suportando os mesmo pés descalços no verão escaldante, pobre pessoas que caminham em busca do fim, estamos todas erradas, vestindo a faixa oposta, lutando com o lado mais fraco, perdemos a visão, perdemos o caminho e a ventania, perdemos o guia, a bússola e a mochila, perdemos o norte, mas achamos o sul, perdemos os iguais mas achamos os supostos.

Acabamos com tudo que era nosso, mas ganhamos tudo que era deles, estamos no ano do pós, do anti-tudo, do selvagem, voltamos ao inicio mas ao mesmo tempo no fim de tudo e o que mais me admira é que a traduçao e o significado do amor nao muda.

Olhe para o lado! O brilho nos olhos daquele casal apaixonado, me lembra a era de muito na dispensa e pouco na vitrine.

domingo, 28 de novembro de 2010

Chamada Perdida

'Como é bom ouvir sua voz...

tu-tu-tu-tu...

Aquela maldita ligação havia caído na melhor parte, meus olhos brilhavam como diamantes contra o sol, meu coração estava prestes a ter um infarto e minhas mãos eram trêmulas.
Calma, foi apenas uma ligação, o sinal está fraco, a bateria terminou, terminaram os créditos e junto com eles as esperanças, maldita cabeça que só pensa coisas desnecessárias, termina com isso, ele te ama, ele se sentiu sem jeito e desligou, ele te quer, tudo estará certo sempre... Era o coração do outro lado segurando as pontas, a razão nunca me ajudava mesmo, desgraçada, poderia matar-lhe a pauladas se ela não fosse abstrata, pegaria e lhe esmagaria com toda a raiva que eu estava tendo!

Como as nuvens aparentavam estar diferente, como o céu estava sem estrela, como o vento estava forte, como a rua estava vaga, como as luzes estavam apagadas, como uma chamada poderia mudar tanto uma vida, eram tic-taques no relógio ao lado, zum-zum dos vaga-lumes nas árvores, toc-toc na porta e meus passos rápidos não fizeram barulho.

Abri, era um vulto brilhante, mas nada que me assustasse, brilhava tanto que meus olhos encheram de lágrima, que diabos ser tão sentimental, quebradiça demais, me entregar demais, ele vinha me dizer algo ou simplesmente representar alguma coisa que eu não sabia exatamente o que era, mas de qualquer forma me marcaria. Fechei a porta correndo e arrumei meu cabelo no espelho, eu estava com um pijama feio e um cabelo desarrumado, mas se aquilo fosse um anjo, veria em mim uma essencia tao boa capaz de me transformar em princesa somente com um olhar, aqueles pensamentos nao faziam sentido, eu estava vendo coisa, o que uma chamada perdida mudaria na minha vida?

Não era algo perdido, mas estava mal explicado, mal entendido, subentendido, óleo quente em travessas geladas lascam e quebram, foda-se a tigela lascada, o braço quebrado, o queimadura de 3 grau, a vida do avesso, ás vezes a gente só quer é descansar, acreditar em coisas boas e fazer delas grandes objetivos para as nossas vidas, a vida nao é feita por coisas boas, nós nao somos bons, mas isso nao importa quando o que realmente conta sao chamadas perdidas que mudam nossas vidas.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Oito ou Oitenta



Parei, liguei o chuveiro o mais quente que fosse possível e me meti embaixo. Não me importava o quanto doeria ou se a resistência iria queimar, aquele momento nostálgico ia passar, de qualquer forma eu me sentia inútil por não conseguir arrancá-lo de mim com as minhas próprias mãos, vinha uma lembrança muito nítida de quando meu professor havia me dito que eu era uma pessoa muito 'oito ou oitenta', sabe aquela maldita expressão né?

Ou voce é tudo, ou voce não é nada, ou voce gosta do quente ou voce gosta do muito frio, nada de meio termo, nada de coisas muito mornas, nem mesmo se elas tenham tendência a esquentar. Ou era sim, ou era não e eu tinha a pesada impressão de que aquele meu jeito incomodava-o muito, por que ou as coisas eram ou simplesmente não eram, nada de 'talvez', 'quem sabe', 'vamos ver'...

Ou eu sorria ou chorava muito, ou eu ia muito bem nas provas ou eu ia muito mal, ou eu aceitava certos problemas ou eu simplesmente recusava-os, isso angustiava as pessoas que conviviam comigo, minha melhor amiga adorava e ainda adora me definir como a pessoa mais imprevisível que ela conhece, acho esse cargo muito gratificante, adoro mudar de ideias e opiniões e conseguir continuar a mesma, sabee.. a mesma essência. Adoro surpreender, fazer os olhos das pessoas brilharem e com isso ganhar mais alguns elogios para guardar em um dos meus baús de memórias... Depois, reciclá-los e transformá-los em momentos nostálgicos como esse do chuveiro, em capítulos inteiros dos meus livros imaginários, em pensamentos longínquos!

Ser imprevisível me torna uma pessoa misteriosa, uma pessoa difícil de desvendar, mesmo que não seja exatamente assim, pois sou a pessoa mais fácil de lidar que eu mesma já conheci, é somente difícil saber se eu gostei do presente ou da carta, é difícil de descobrir se eu gostei do beijo ou do jeito que ele me olhou, é difícil saber se eu me entreguei totalmente ou se eu fui totalmente bem em uma prova, é difícil ver os mínimos detalhes quando eu gosto mesmo é de esbanjar extravagância, adoro obter esse cargo de imprevísivel no vocabulário da minha melhor amiga, adoro saber que ela vai fazer a questão de sempre me surpreender por que existem chances de eu não gostar de algumas surpresas, mas além de adorar esse cargo, amo ser definida como a garota do ser ou não ser, amo ser a garota do Tudo Ou Nada.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Fogos de artifício


Eu tinha uma mania incontrolável de querer mudar constantemente, como uma borboleta em metamorfoses frequentes, era um absurdo pois quem pagava por todas essas mudanças eram as pessoas ao meu redor, aquela que senta do meu lado no ônibus ou até mesmo aquela pessoa que tem um livro com a capa rasgada.

Pagam também os companheiros de anos e os parceiros de semanas, a consciência e o coração são os que mais pagam, mais influenciam e destrõem conforme o tempo, a razão termina, o sentimento evolui e as mudanças simplesmente corrõem todo o meu peito. Fechei meus olhos e sentei no piso frio, arrepiei, corei e passei a mão por entre meus braços como se fosse um abraço aconchegante, na verdade, um abraço merecedor, poucas pessoas abraçam-se e agradecem a si mesmas por quem são e por o que fazem. Grande merecedora sou eu do meu próprio abraço, dos meus próprios pensamentos e de mim mesma, às vezes me sinto completamente vazia e a única coisa que não me abandona sou eu mesma, desfrutadora de almas errantes. Suguei os pensamentos de quem estava passando na rua, tirei força das plantas que eu estavam ao meu lado e do azulejo em que estava tirei apenas o frio, fiquei fria por um tempo, emocionalmente FRIA.

Tirei do vidro o egoísmo de não querer espelhar ninguém, tirei dos imãs a capacidade de atrair os opostos, roubei das fechaduras o poder de só aceitar uma única chave, de baús grandes espaços para guardar momentos, de lápis de cores tirei a capacidade de nunca perder o tom, das flores tirei a capacidade de nunca perder o aroma, das histórias a necessidade de nunca virar um clichê.

O vento era uma necessidade de me manter arrepiada, manter-me arrepiada significava simplesmente me manter pensante na vida, ter a capacidade de olhar pras estrelas e saber que mesmo tão minusculas elas podem destruir, encarar a lua como se na noite ela fosse minha única esperança, encarar o escuro nunca havia sido tão bom, deixei cair uma lágrima por entre minha bochechas um pouco coradas, meus ouvidos estavam gelados e minhas pernas balançavam, malditas crises de identidade.

Segurei firme meu travesseiro, peguei um lápis, uma folha de caderno e desenhei uma nota de música, aquilo não precisava significar nada pra mim, mas já dizia o bastante, era o necessário, eram luzes que radiavam minha noite, eu era minha própria luz, eu era fogos de artificio que explodiam e brilhavam ao mesmo tempo, iam ao topo mas logo depois estavam no chão, duravam pouco, mas duravam o bastante para fazer com que a noite brilhasse um pouco mais.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

No final do arco-íris

Juntei todos os mil cacos que o meu coração havia sido quebrado, colei pedacinho por pedacinho com super cola e esperei o tempo necessário para secar, estava um coração quase perfeito, se não tivesse tido grandes sequelas, grande parte por culpa minha e outra por culpa do amor, quando se ama a entrega é muito maior e você passa a se preocupar com coisas bobas, coisas inúteis uma vez que você tenha provado da paixão.

O amor te consome mais energia do que 24 horas por dia de academia, o amor te cobra gratidão, confiança, o amor te cobra sinceridade, paciência e muita admiração, o amor envolve culpa, envolve acreditar, amor requer tempo, pede calma e avança pela alma sem te dar segundos para tentar conter. Chega e destrói, coloca um sorriso no teu rosto e logo depois inunda-te de lágrimas, explode de adrenalina e depois dá um nó de tristeza, amor é como quando uma caneta risca em um papel, amor são metáforas e antíteses que complementam um paradoxo quase perfeito.

Ah, se não fosse pelo quase... casais quase estariam juntos, pessoas quase confiariam, relacionamentos quase dariam certo, lágrimas quase acabariam, mas não dão, não acabam, não confiam. Por isso você aprende a lutar, você usa armas que aprendeu a construir com o tempo, você usa o tempo para pensar em situações futuras, você usa situações futuras para decidir a sua vida, você usa a sua vida para erros, você não deveria usar os erros, mas usa e as armas quebram.

Tudo como em um ciclo ou uma cadeia alimentar, predatismo, canibalismo... o amor devora seu coração, o que é bom, mesmo que com sentimentos tão vulneráveis. Coloque um ferro quente em cima de um saco plástico, as coisas desendarão na hora, no mesmo momento o cheiro ficará horrivel e você ficará assustada, as coisas podem até pegar fogo, mas o mais forte deles continuará intacto, pronto para queimar outro plástico e é assim com o amor, o mais forte e preparado vence e pode te derrotar, caso contrário vença o mais preparado com a força dos teus sentimentos que por um lado podem ser pequenos, mas por outro são tão admiráveis.

Acredite na sua capacidade de amar e dê tudo de você sempre, esteja pronta para sofrer a qualquer momento, chore muito, tenha calafrios no pescoço e morra de medo de perder quem você ama, seja sincero, faça cara feia, não guarde sentimentos muito complexos dentro de você, coisas e pessoas muito dificeis na verdade são as montanhas que mais valem a pena.

Invista, mas invista apenas em você, por que no final do arco-íris o pote dourado é todo seu.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Outra pergunta com a mesma resposta


Olhei-o da cabeça aos pés, tudo aquilo me puxou como um imã, eu poderia estar com os olhos vendados e com o coração fechado como de costuma, mas aquilo continuaria me atraindo de uma forma incontrolável. A música não tinha uma batida que combinasse, mas ele era do tipo muito desejável para qualquer garota normal.
Sorri nervoso, encarei-o aflitamente, seriamente, vierei as costas e caminhei! Voltei, repetindo os mesmo gestos sem sucesso aparente.

Desisti. Aquele garoto não deveria ter efeito algum sobre mim, nem sequer aquele sorriso. Senti raiva e dancei. Senti o clima mais pesado, o vento mais forte e ele, ELE estava mais perto, parecia que eu nunca havia conversado com qualquer garoto antes, eu estava boba, ele só poderia estar brincando.

Cada palavra dele chegava à minha razão sem sentido, eu não conseguia desejar nada dele a não ser um beijo, até então não custava nada, mas isso desobedecia qualquer regra de um bom relacionamento. Perdi pensamentos e coloquei fora sentimentos que me causavam ilusão, de qualquer forma naquele momento e o resto de todos os outros momentos eu queria ser dele, ser pra ele.

Tudo pulsou, corou, vibrou, arrpiou, áureas coloridas, sonhos, realidades, vivência.. CONVIVÊNCIA.

Houve um começo de algo que poderia ter acabado naquela hora, mas perdurou, ao menos para mim. Minhas esperanças nunca foram minhas alternativas prediletas, isso não significava nada mesmo, mas eu precisava encontrar o porque aquilo tinha uma intensidade incontável. De um lado eu tinha raiva e do outro eu suspirava com os olhos brilhando.

Maldito garoto perfeito! Malditas meninas bonitas! Maldito tempo chuvoso, sentimentos sem por quê, maldita necessidade dele!
A única coisa que eu poderia concordar era sobre minha vontade de me entregar novamente sem pensar nas supostas consequências depois. Abracei-o, senti que meu medo de que isso terminasse era muito maior, eu já estava certa do que eu queria, eu também estava confiante de que eu poderia gostar dele com todas as minhas forças e o resto não importaria.

E aquele havia sido o último suspiro! Oúltimo suspiro sem explicação, o último suspiro sem sentimento.
Eu tinha novas razões, isso já era o bastante para ter certeza de que supostos começos poderiam dar certo.

domingo, 31 de outubro de 2010

Olhar amedrontado


Aquele capuz azul em minha cabeça abafava os piores pensamentos de sair matando todos à minha volta, a música alta tinha o poder de conter o choro, aquela escuridão na rua era a melhor coisa que poderia ter acontecido, meus olhos afogados de lágrimas não apareceriam e isso parecia ser uma boa solução para algum dos meus problemas menores.

O barulho que o ônibus fazia impedia das pessoas de escutar os meus soluços, naquela hora a única vontade que eu tinha era de pular pela janela e sair voando, escutar coisas boas seria a saída, mas as pessoas não estavam a fim de falar, no fundo as pessoas nunca se importam com problemas sentimentais alheios. Eu olhava pro lado e via pessoas dormindo, outras liam um livro com uma capa amassada, na minha frente haviam pessoas com fones de ouvido e outras com um olhar ainda mais distante do que o meu, isso parecia me assustar até lembrar o por que de eu estar daquele jeito tão deprimente, chorei um pouco mais.

Desidratei por cinco minutos e me recompus, mesmo achando que me recompor seria a pior coisa a fazer, eu queria inchar meus olhos, gritar, gritar mais alto até que um abraço reconfortante demais chegasse em meus braços, poderia ser o abraço de uma pessoa específica se isso não fosse um pouco impossível. Poderia ser um beijo na testa ou um simples olhar, aquilo simplesmente me deixaria muito mais calma, nem o vento forte era capaz de fazer com que aquele pensamento de perda saisse voando de mim.

Eu tinha medo, sem razões muito menos objetivos aquilo me corroía, roía-me por dentro e por fora e isso era visivel até mesmo aos olhos da pessoa mais indiferente, o medo me causava um tipo de dor que saia da raiz do meu cabelo até a ponta do meu dedo do pé, odiava me sentir daquele jeito, odiava não conseguir conter o choro, isso não era o problema, na verdade, nem sei se haviam mesmo verdadeiros problemas, meu olhar havia mudado, meus pensamentos e até mesmo o modo pelo qual meu coração batia.

Meu coração estava batendo novamente, isso era um bom sinal era sinal de que sentimentos verdadeiramente bons não morrem com o tempo, só mudam de pessoa para pessoa, muda a forma como você sente e a intensidade do medo de perder, muda a forma como você corre e o desejo de estar perto, mas o sentimento continua intacto esperando para que você o use de uma forma tão adequada que seus olhos não precisem de lágrimas e seu caminho não precise de insegurança, mas como todo bom amor tem seus problemas, esse não tem estado tão difrente ♥

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tudo dói!


Cair e ralar o jeolho dói, lutar e perder dói, chorar demais dói, gostar de alguém e não ser correspondido dói, não gostar de alguém também dói. Mentir dói, se arrepender dói, comer demais dói, sentir o perfume de alguém que você não vê há tempos dói, não ter alguém para abraçar dói, não ouvir elogios dói, tirar nota ruim dói, engordar dói, doar aquela roupa que você tanto amava e está velha dói, não aceitar certas verdades dói, perdoar dói, nostalgia DÓI!

Sonhar com o impossível dói, não ver o fim do túnel dói, cair em ilusões dói, sair delas dói mais ainda. Chuva no verão dói, pele queimada dói, água gelada dói, decepção dói, perdas doem. Uma amiga indo embora dói, perder uma festa de aniversário dói, estar de castigo dói, dar conselho ruim dói, não ver a verdade dói, acreditar em uma mentira dói, perder o fôlego dói, não saber resolver algum problema dói, acabar a bateria da máquina no melhor da viagem dói, relembrar dói, não ver o céu estrelado dói, perder a esperança dói, o inicio do inverno dói, a falta de adaptação em algum ambiente dói, uma música triste dói, cólica dói, tmp dói mais ainda.

Gastar dinheiro dói, não ter dinheiro dói, não poder sair dói, não poder beber dói, beber demais dói, não lembrar do que fez dói, furar a orelha dói, ganhar um presente inútil dói, o fone de ouvido estragar dói, errar o interfone dói, pegar o onibus errado dói, aumentar demais o volume dói, comprar o presente errado dói, acabar o desodorante dói, a calça rasgar dói, fugir de casa dói, não ter perguntas no formspring dói, terminar o namoro dói, desilusão dói, varrer a casa dói, chingar a irmã dói, ser sincera com aquela amiga dói, faltar à aula dói, ficar em silêncio dói, falar demais também dói.

Todas as ações que você pratica mesmo que, com a melhor intenção doem. Algumas doem com uma intensidade maior outras, com uma intensidade quase invisível, mas doem. Você não pode escolher suas dores, nem alguns presentes, você só pode escolher a forma como você as vê e a maneira de como você as sente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ferida mal cicatrizada


Amar sempre exigiu de mim muito mais que sentimentos, amar me exigia dores fortes e desnecessárias no coração, apertava. Eu era pisoteada por angustias que nem se quer deveriam pertencer à mim, existiam tempos em que eu queria ser levada com o vento, por que ficar em certas situações me causava arrepios, calafrios que iam desde o pescoço até qualquer parte da minha célula nervosa, era incrível como aquilo penetrava em mim e me causava danos irreparáveis.

Amar exigia de mim um ciúme dolorido, era um raspão em um lugar tão sensível capaz de não sarar, quando a gente ama, as feridas não saram, o futuro é uma incógnita e qualquer passo pode ser em falso, qualquer pergunta nunca tem resposta, amar não é bom, não é perfeito e não é fácil, no amor é que as montanhas de problemas aparecem, é no amor em que você luta até se sentir a pessoa mais fraca do mundo, é por amor e com amor que você sorri que você tem medo que você cai, se rala e ainda está pronto para correr, se necessário.

É por amor que as jornadas são mais longas e valem mais a pena, é com amor que seus olhos brilham que suas mãos têm esperanças, e que seus passos passam a ser mais lentos, por amor que você enxerga cada brilho diferente, cada coloração nova, o valor das pessoas.

Amor é complexo demais, sujo demais, violento demais, sofrido demais, o amor aumenta e diminui com o tempo e com a intensidade, amar vale e não vale a pena, amar ainda exige muito de nós, amar abre ferida e não as fecha amar faz você olhar pro escuro com a ilusão de uma luz.

Aquaplanar, derrapar, deslizar. O amor cai! Amar te faz refletir sem pensamentos em mente, amar te causa pânico, insegurança, falta de nexo, senso comum. Amar não faz sentido, amar nem se quer tem explicação, são apenas teorias em uma folha de papel amassada que mais tarde rasgada, não cicatriza mais.

Diferentes caminhos por amor, mas a mesma pedra pela paixão, e nenhuma fala pela vida. E agora é a hora de acordar, de dormir, se machucar, é hora de ser, de viver, se aproximar! Aproxime-se por um sorriso encantador, por um abraço apertado e pelo brilho dos olhos, apaixone-se pela ilusão e aprenda a jogá-la fora quando ela passar a te ferir, a desesperança te fere mais ou tanto quanto a esperança. Experiências doem muito mais do que ensinam, mas ensinam. E lições, mais do que deveres são exercícios diários, que completam nosso tempo e deixam o tédio de lado.

O tédio é o remédio dos desocupados, dos não-pensantes e impulsivos, o tédio é o controle dos sentimentos, a mágica da alma, o estresse dos mais espertos. Os espertos perdoam e dificilmente sentam nos mesmos bancos molhados de tinta.

E por mais que amar seja uma bosta, estou aqui amando pela segunda vez Na minha vida!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Entenda como quiser.

Apenas não julgue como se as pessoas que cometessem erros, fossem as piores, apenas olhe ao redor e veja que nem se quer a forma do mundo é perfeita, que fórmulas de física nem sempre tem uma explicação, que nem mesmo os dez mandamentos tem algum sentido aparente.

Olhe para as pessoas sem esperar muito de cada uma delas, ninguém vai se esforçar ao máximo para fazer um outro feliz, ninguém vai te entender 100%, ninguém vai te ajudar sempre, pegar na sua mão ou dar conselhos realmente valiosos. O mundo tá pouco se fudendo pro que você realmente é, por quem você realmente foi, pelo o que você sente ou deixa de sentir, existem pessoas que te amam e nem por isso preocupam-se o necessário com você, existem pessoas que fazem sua cabeça, que te obrigam a fazer coisas desnecessárias.

Para essas pessoas: por favor, criem pelo menos um pouco de vergonha na cara!

Fazer algo construtivo só te deixará mais inteligente, mas por favor não se faça de coitado na situação mais dificil da sua vida, não crie confusões sem antes achar soluções para teus problemas, não julgue as pessoas que estão em problemas, elas um dia poderão te ajudar. Não dê palpites demais, existem pessoas que precisam apenas ouvir o silêncio.

Seja amigo, mas antes de tudo companheiro, segure o ombro, dê um abraço, sorria, não deixe a pessoa do seu lado cair, mas se caso isso acontecer continue ajudando-a, não atropele palavras, não pisoteie os sentimentos dela, por mais que eles sejam verdadeiramente ruins. Pessoas ruins, no fundo são as pessoas mais doces e com mais medo de se entregar verdadeiramente, pessoas assim têm problemas em dividir histórias, têm medo de causar impactos muito grandes e acabam causando danos mortais.

Foda-se o mundo que você vive, a roupa que você usa ou as ideias que você tem, se você esta confiante e decidida do que quer, as coisas andarão muito mais rápido e simples, ignore as ideias alheias, os comentários inúteis e as opiniões distintas, a vida é sua, os passos são seus e os sentimentos estarão sempre dentro de você, entenda as brigas, as sugestões, os olhares como você quiser, só não faça com eles o que bem entender, a não ser que você esteja preparada para mais alguns 'foda-se' na sua vida.

sábado, 16 de outubro de 2010

Da boca pra fora!

Ter opiniões formadas e ideias concretas nunca me deu o direito de falar aquilo que eu bem entendia. Mas a palavra sinceridade reinava no meu vocabulário, palpitava nas minhas veias, transbordava por entre os meus olhos.

As vezes abrir a boca não era incomodo algum, sorrir demais ou criticar sempre foi meu forte, meu apelido sempre foi sinceridade, eu nunca entendi o por que. Haviam dias em que eu machucava as pessoas, debochava e nem se quer sentia alguma sensação ruim. Ser sincero exige muito mais do que crítica, exige tempos de prática, exige que você olhe para o seu próprio umbigo, exige vergonha na cara, vontade de melhorar seu senso comum e estado de espiríto.

Rir de mim mesma nas piores horas, prova de que eu estou pronta para ser sincera comigo, aceitar os desafios, erguer a cabeça. Antes de querer dar conselhos e mostrar verdades para as pessoas, prove à você o que você nunca precisou provar para ninguém, suas vitórias, seus medos, vença-os e assim que acabarem você apenas estará pronto para novos medos e vitórias, grande ciclo.

Tinha a manha de criticar o cabelo da fulana, falar que não gostei do sapato de ciclana e nem de como a tal garota se vestia, até perceber que todas ás vezes que eu havia sido totalmente verdadeira com coisas poucas, não tinha me acrescentado em nada, elas continuavam usando o mesmo cabelo, o mesmo sapato e se vestindo do mesmo jeito. O que vale mesmo é ser sincera nos sentimentos, nos conselhos, é ajudar ao invés de dar um nó na cabeça do seu amigo, ser sincero também requer silêncio, aperto de mão, abraço de verdade.

As pessoas não mudam de conceito da noite pro dia, não param de falar o que pensam por que se preocupam com o próximo.
NÃÃÃÃÃÃO! Nós ainda não ligamos para os próximos, e pra ser bem sincera?

ACHO QUE ESTAMOS CERTOS. (sem querer me pagar de verdadeira hahahahaha)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Costume de ser;

Costume de ser certa;
Costume de seguir regras;
Costume de sorrir;
Costume de ler;
Costume de estudar;
Costume de gostar;
Costume de caminhar;
Costume de andar;
Costume de dormir;
Costume de falar;
Costume de concordar;
Costume de discutir;
Costume de teimar;
Costume de lembrar;
Costume de viajar;
Costume de escrever;
Costume de aprender;
Costume de me apegar;
Costume de conversar;
Costume de escandalizar;
Costume de ser esperta;
Costume de ser travada;
Costume de não ser;
Costume de espelhos;
Costume de fotografar;
Costume de detalhar;
Costume de abraçar;
Costume de querer;
Costume de ajudar;
Costume de sonhar;
Costume de tomar;
Costume de comer;
Costume de desejar;
Costume de não amar;
Costume de esperar;
Costume de ignorar;
Costume de fazer;
Costume de acontecer;
Costume de deixar;
Costume de começar;
Costume de virar;
Costume de não querer terminar;

domingo, 10 de outubro de 2010

Introduções de vida!



1 - Dê mais às pessoas do que esperam e o faça com alegria.
2 - Decore o seu poema favorito.
3 - Não acredite em tudo o que você ouve, goste de tudo que você tem e durma tanto quanto você queira.
4 - Quando disser 'eu te amo', seja verdadeiro.
5 - Quando disser 'sinto muito', olhe nos olhos da pessoa.
6 - Fique noivo, pelo menos, seis meses antes de se casar.
7 - Acredite em amor à primeira vista.
8 - Ame profundamente e com paixão. Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.
9 - Nunca ria dos sonhos de outra pessoa.
10 - Em desentendimentos, brigue de modo justo. Não use palavrões.
11 - Não julgue as pessoas pelos seus parentes.
12 - Fale devagar, mas pense com rapidez.
13 - Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Por que você quer saber?".
14 - Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
15 - Ligue para sua mãe.
16 - Diga 'saúde', quando alguém espirrar.
17 - Quando você se der conta que cometeu um erro tome as atitudes necessárias.
18 - Quando você perder, não perca a lição.
19 - Lembre-se dos três RS: Respeito por Si próprio, Respeito pelo Seu Próximo e, Responsabilidade pelas Suas ações.
20 - Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
21 - Sorria ao atender o telefone, a pessoa que estiver ligando ouvirá isso em sua voz.
22 - Case com alguém que você gosta de conversar. Ao envelhecer suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
23 - Passe mais tempo sozinho.
24 - Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.
25 - Lembre-se de que o silêncio é as vezes a melhor resposta.
26 - Leia mais livros e assista menos TV.
27 - Viva uma vida boa e honrada. Assim quando você ficar velho e olhar para tras poderá aproveitá-la mais uma vez.
28 - Confie em Deus, mas tranque seu carro.
29 - Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo o que puder para criar um lar tranquilo e com muito harmonia.
30 - Em desentendimento com entes queridos, enfoque a situação atual. Não fale do passado.
31 - Leia o que está nas entrelinhas.
32 - Reparta seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
33- Seja gentil com o Planeta.
34 - Reze, há um poder imensurável nisso.
35 - Nunca interrompa quando estiver sendo elogiado.
36 - Cuide de sua própria vida.
37 - Não confie em alguém que não fecha os olhos quando beija.
38 - Uma vez por ano vá a algum lugar que nunca esteve antes.
39 - Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros enquando voxê estiver vivo. Esta é a maior satisfação de riqueza.
40 - Lembre-se que se que não conseguir algo que você deseja, às vezes é um golpe de sorte.
41 - Aprende as regras e quebre algumas.
42 - Lembre-se que o melhor relacionamento pe aquele onde o amor um pelo outro é maior do que a necessidade um pelo outro.
43 - Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para consegui-lo.
44 - Lembre-se que seu caráter é seu destino.
45- Usufrua o amor e a culinária com abandono total.

P.s: Eu não sei quem escreveu, mas escreveu. E não foi Paulo Coelho!

sábado, 9 de outubro de 2010

De costas;



Estava na hora de pegar minhas malas e me mandar dali, era inverno as pessoas ficavam mais rudes e menos convectivas. As chuvas eram diárias, a geada, a neblina, tudo era horrível, até mesmo os sentimentos desapareciam, o calor humano não era mais bem vindo. Tem coisa pior do que não se sentir amada?

Peguei o ônibus e fui rumo ao nada. Chegando lá, descarreguei minhas malas, coloquei meu óculos, minha saia e sentei na areia. O sol me queimava, os passáros cantava e aquela água refletia um azul maravilhoso, a atmosfera estava novamente comigo, éramos cúmplices, companheiras, somente eu e eu mesma. Não há nada melhor do que colocar os pensamentos no lugar, as ideais em prática, nada melhor do que consertar teorias, ajustar os problemas, desativar a solidão, sorrir sozinha, conhecer-se melhor.

Passei horas olhando para o infinito, algo me dizia que eu deveria dar as costas para os problemas, para as situações dificeis, me dar uma chance, dar-me a chance de ser feliz, até agora eu havia lutado apenas pelos outros, para reerguer pessoas com racaídas que não eram minhas, segurei a mão de pessoas desconhecidas, sorri, passei segurança e no momento de solidão, eu tinha recaídas mas não tinha alguém para me reerguer, não havia mãos para eu segurar, pessoas para sorrir e a insegurança reinava dentro de mim.

Levantei e corri, haviam pedras no caminho, elas machucariam os meus pés, eu também poderia cair mas nada me impediria de levantar, o caminho era longo, as pedras eram grandes, mas o final valia a pena, eu tinha um sorriso estampado no meu rosto, aquilosim era um bom sinal!

Sinal de que não importa se o caminho é longo ou curto, se você vai enfrentar os problemas de frente ou de costas, descalço ou com calçado, se você vai sorrir ou chorar, o que importa mesmo é como e com quem você irá chegar à luz no final do caminho ♥

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Brigas Irreais

Acordei com uma enorme vontade de me bater na cara, amarrei meu cabelo e nem se quer me olhei no espelho, era um sabado ensolarado mas meu coração estava mais escuro impossível. Coçei meus olhos e vi na minha imagem refletida, uma aura, era tão boa, me fazia tão bem, eu podia ver cada detalhe, cada objeto com um novo olhar, o brilho era diferente, eu via coisas impossíveis.
Lavei meu rosto com aquela água congelante, minhas bochechas estavam coradas, que engraçado! Eu tinha a certeza que eu não estava fazendo nada de errado, eu era calma, tranquila, pensava e tentava ao máximo usar a lógica, mas não conseguia, ás vezes as pessoas mal me deixavam respirar, queriam minha atenção, como eu poderia ser tão importante? Sou sincera, tenho um sorriso cativante e um papo legal, mas isso nao dá äs pessoas o direito de viverem por mim, eu também tenho minha vida e quando isso acontecia, quando elas imploravam por atençao eu brigava comigo mesma.
Era por isso que a vontade que eu tinha agora era me dar um tapa na cara, eu tinha brigas irreais, eu me culpava por ser tão cativante e não iria fazer nada para mudar isso, por que por um lado eu amava ser amada pelas pessoas, ser disputada entre os amigos e infelizmente disputar para ter um tempo para mim e para meus pensamentos que nem estavam mais em ordem, eles vagavam pelas esquinas do meu raciocinio e se perdiam naquele grande labirinto chamado cérebro, eu tinha vertigens toda vez que eu pensava em novas saídas para os meus sentimentos, eu criava e reinventava desculpas para minhas horas de solidão e mesmo assim não encontrava o fim.
Era frustante, assustador, era horrivel ter pessoas me dizendo o que fazer toda a hora, por isso larguei de mão tudo que poderia me induzir á fazer coisas que não me fizessem totalmente feliz, mudar é um ciclo totalmente inevitável, mudam aqueles que crescem, aqueles que crescem são selecionados e são selecionados apenas aqueles que mesmo frustando-se com atitudes cotidianas não se deixam vencer por brigas e desavenças do destino!

domingo, 3 de outubro de 2010

Egoísmo

Eu tinha uma fatia de bolo enorme e odiava dividi-lá com alguém, tinha mil roupas e odiava emprestá-las, alguns óculos sobrando, livros e mais livros nas prateleiras e muita comida na geladeira. Eu não gostava nem se quer de pensar na hipótese que um dia eu teria que doar isso ou consumir, eu queria tudo, tudo, tudo. Como eu conseguia ser tão egoísta?

Queria sentimentos, sentidos, habilidades, inteligência, eu não tinha a capacidade de ter tudo isso, mas e o que isso me importava pessoas egoístas não pensam se podem, elas querem e só isso realmente interessa.

Eu andava de um lado para o outro e não ficava tonta, aquilo não me causava nenhuma reação, mas por dentro eu estava sendo corroída, como se eu tivesse tomado algum tipo de produto ultra tóxico, eu pensava somente em mim mesma 24 horas por dia, eram em sonhos, futuro, sentimentos, capacidades e convivência, isso afetava as pessoas, incomodava o necessário para que eu tivesse momentos de solidão.

Olhava as fotografias ao meu redor, épocas em que as coisas pareciam mais fáceis, em que eu pensava na dor dos outros, em agir pelos outros, em querer ser agradável, mas agora as coisas ficaram mais simples e rápidas, eu era o que eu queria e isso bastava, as pessoas não tinham muito a ver com esse novo ser.

Eu tentava acumular sentimentos, mas não sabia onde colocá-los, explodiam pelos olhos e saiam pelos ouvidos e quando eram demais eu os pisoteava, que emoção, que euforia. Eu também era ruim, muito ruim, só qualidade ótimas invadiam minhas veias com a velocidade da luz, agora eu só precisava matar cada um que atravessava meu caminho de maneira errada, mas pensando bem eu ainda tinha um coração que batida aceleradamente quando coisas boas aconteciam, eu ainda tinha vontade de ser boa, eu ainda queria voltar a ser como antes, pena que as coisas não andam para trás!

Maldito Século XXI

Bem vindos ao auge da tecnologia, das crises mundiais, dos decretos de emergência em cidades alagadas. Bem vindos à era dos namoros virtuais, à legião de pedófilos em plantão, mas, por favor, se dê por conta de que tudo que é bom esta acabando.

Não por causa do dinheiro, pela ganância ou até mesmo pela falta de amor, mas sim pela falta de personalidade do nosso ser, não temos mais capacidade de pensarmos pelas coisas que fazemos conseqüências, atos, cenas, somos arrogantes, queremos chegar à perfeição com a regressa do mundo.

Cadê a vergonha na cara? O amor por aquilo que queremos, por aquilo que somos por aquilo que cultivamos? Está escondido debaixo de um teclado de computador e não mais em rascunhos marcados em um livro que nos deslumbra.

Cadê o afeto, o carinho, o olho no olho?

Perderam até mesmo as falsas esperanças de vista, se você não se encaixa aqui ou ali é mantido fora da sociedade e ainda é o careta.

Cadê a preocupação pelo próximo, a transmissão de energias positivas, a ajuda coletiva, o verbo observar flexionado em todos os tempos verbais?

Foram levados embora, descartados dos dicionários, os sentimentos simplesmente foram chutados de dentro de nós, por que sinônimo de crescimento agora, é pisarmos uns nos outros, sem medo de quem ira pisar em nós mesmos amanhã.

Os diários, anotações, lembranças, recordações, fotografias são maneiras de lembrarmos do passado que foram extintas da nossa vida, o passado tem sido cada vez mais esquecido. Esquecemos de quem nos ajudou ontem, de quem construiu a nossa história à anos atrás. Amigos de anos seguiram seus caminhos sem ao menos dizer para onde estavam indo.

Será que a culpa é mesmo do século XXI, ou é do que aprendemos durante esse tempo cheio de surpresas e desavenças?

Fomos ensinados a querermos sempre o melhor, sermos vencedores. Só que esqueceram de dizer que muitas vezes os vencedores perdem, os lideres se confundem e nós temos que saber lidar com isso. Os séculos estão mudando, as crenças estão se extinguindo, os sentimentos bons entre nós estão ficando cada vez mais distantes, estamos na fase de sermos cada um por si e se ainda crêem em Deus, Ele estará por todos.

Quando vai chegar à hora de acordar? Sentir na pele que dinheiro, mordomias e luxo não são tudo, que quando isso acabar você estará sozinho?

Chega uma hora em que cultivar amizades é essencial, que um abraço é o que mais precisamos, nós precisamos de alguém pra viver, conviver, trocar idéias, invenções. Tem horas em que a solidão não dá conta do que somos, por que a cada dia somos mais, mais evoluídos, mais inseguros e mais desperdiçadores de sentimentos reais.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Para que tanto amor?

O relógio tiquetaqueava sem parar, eram cinco e meia da manhã e o sono não vinha. Sentei na cama e comecei a olhar-me no espelho, às vezes eu me achava realmente bonita, por outras vezes nem conseguia me olhar direito, me enojava com aquele cabelo volumoso e com aquelas coxas grandes demais. Naquela noite até mesmo minha sombra me irritava, se é que existia sombra naquela escuridão toda.

Fui ao banheiro com passos rápidos, sinceramente tinha a certeza de que eu era a pessoa que mais tinha medo do escuro, eu sentia arrepios estranhos e via vultos com freqüência atrás de mim, deveria ser loucura. Não sei por que a insônia me perseguia tanto, não havia motivos suficientes para eu perder o sono, eu tinha uma condição estável de vida, uma família linda, amigos maravilhosos, mas o problema mesmo era ter amor demais. Eu tinha o dom de amar as coisas e as pessoas com uma intensidade indescritível, aquilo era patético, por que machucava à mim e as pessoas ao meu redor.

Para que tanto cuidado com as pessoas? Se amanhã elas podem nem estar mais aqui? Por que evitar falar certas verdades quando elas mais precisam ouvir? Por que ser sempre bacana? Não é certo e muito menos necessário nos escondermos atrás de mascaras baratas. Chega uma hora em que é necessário perguntar a si mesmo para que tanto amor e cuidado com as coisas que não são suas. Somos ignorantes, sentimos falta de coisas que podemos ter a todo instante, queremos tanto dar valor as coisas pequenas que nem sequer valorizamos a nós mesmos.

Bando de gente sem visão da realidade. Um dia tudo termina um dia nós nos terminamos e seremos felizes em outros cantos. Ao virar a esquina eu posso não estar mais aqui. Ao terminar a quadra eu posso descobrir um novo mundo, novas formas de começar uma nova história, eu posso mudar, eu devo mudar.

São as mudanças que fazem nossas bases ficarem mais fortes, são as iniciativas que nos cercam de pessoas saudáveis e certas para continuarmos a viver.

Desliguei a luz do banheiro e liguei a luz do quarto, o sábado não estava começando muito bem, aquela dose de amor me invadia, às vezes me embrulhava o estomago como eu poderia ser tão boa? Por que eu não sentia vontade de matar as pessoas que já me fizeram mal? Por que as lágrimas escorriam sobre minhas bochechas sem motivos? Tomei um remédio e deitei na cama, apostava tudo que era mais seguro que eu estava variando em pensamentos novamente, isso já era rotina, suspirei no meu travesseiro, deitei de bruços e naquele momento a única certeza que eu tinha era de que amor em doses muito altas poderia fazer mal à um coração tão bom.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Deixe estar como está;


Eram prédios gigantescos concluindo a rua, as portas feitas de aço desrespeitavam completamente a natureza, vidraças transpareciam a minha imagem, eu tentava arrumar meu cabelo o mais rápido possível, naquele momento a aparência importava, eu não sabia o porquê, mas parecia que eu estava indo de encontro à vida. Uma nova vida.

Havia cachorros latindo nas varandas, gatos subindo pelo corrimão e o porteiro daquele prédio enorme falava no telefone sem parar. Eu me sentia uma intrusa, minha roupa era impecável, um calçado rosa-claro, uma jaqueta prateada e um Sol deslumbrante, eu era uma nova estrela. Desisti, não sei por qual motivo nessa mesma hora apareceram mil gotas de orvalho com as mesmas escritas, eu deveria ter outra história, ser reconhecida por outros gestos, ir de encontro aos meus sentimentos, seguir a razão já não era mais a coisa certa a fazer.

Tirei a sandália e tentei virar a esquina o mais rápido possível e lá estava minha calmaria, era a visão perfeita, carros parando no semáforo, gaivotas seguindo seu rumo, a brisa batendo no meu rosto e as águas batendo nas pedras faziam todo o sentido. As horas sempre passavam voando, era inútil contar os milésimos em um mundo onde nem sequer os dias são contados como verdadeiras experiências. Era incrível como eu conseguia me manter aquecida por muito tempo, como eu conseguia ser minha melhor amiga e a própria salvadora dos meus problemas, eu mesma fazia o papel de um verdadeiro ouvinte.

Passei meu pensamento por cicatrizes abertas, doeram muito, elas custavam a sarar, aquilo parecia não ter cura, para mim já era tido como uma dor crônica fazia parte de mim e de cada buraquinho que estava aberto. Havia também espinhos gigantes que machucavam as pessoas indefesas, o que feria era saber que aquilo parecia mais incontrolável do que nunca, era uma sedução dolorosa, por que havia de ser tão atraente? Machucaria a todos com a mesma maneira e no final tudo ficaria igual, eu teria forças e poderes para sair da pior e deixar de sentir meu machucado, mas certas pessoas sairiam tão chocadas capazes de nunca mais voltar.

Chegava a ser trágico, há tempos atrás alguma coisa me convenceu de que era desesperador, meu calor atraia os mais frios, os mais necessitados de solidão, eu era o problema que todos queriam resolver a calma para os mais aflitos, o conselho para os mais necessitados, o sorriso para os mais tristes e o escudo para os mais fracos. Eu sempre estive ali, com o olhar reto, sem medo de olhar para frente, sem medo de pedir ajudar, levando o mundo nas costas. Dia sim, dia não eu tinha pose de super-heroína, o lado materno de maioria das pessoas que me cercavam.

Mas eu não fazia a mínima como eu poderia sair dos meus pensamentos inacabáveis, dos meus problemas pela metade, da minha vida mais ou menos, do meu olhar sempre buscando uma nova meta, eu não sabia como descarregar as energias, quebrar as esperanças, construir novos caminhos. Eu não sabia como criar novas experiências cientificas, novos filmes, chegar à novas fases, eu tinha um ciclo e um mundo tão fechado que eles eram capazes de fazer eu me perder sem ao menos buscar novas saídas.

A chuva começou, o ônibus passou antes que eu pudesse perceber que eu o perdi, tinha a certeza de que eu deveria continuar pensando sobre minhas histórias inacabadas em um lugar que fosse seguro para mim e para minhas perspectivas, por que o único jeito de terminá-las sem perdê-las era guardá-las em um poço tão fundo capaz de levar junto até mesmo a ferida mais dolorosa.