quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O começo do fim


Havia pessoas no meio do caminho, outras estavam chegando ao fim, outras haviam se perdido no começo e tinha também aquelas que lutavam no meio da história, outras fechavam os olhos para tentar encarar o monstro da solidão, algumas abriam a boca para gritar e levavam um choque ao saber que suas vozes nao poderiam ser ouvidas ali.

O túnel era negro e nao haviam ecos, nem imagens e semelhanças, espelhos eram usados para matar aquele que invejasse o próximo e rosas eram dadas aquele que menos se importava com o futuro.

Ano 2030, todos mortos, vazios, com um cálice de vinho na mão, por que tanta maldiçao e esperança, por que esperar tanto uns dos outros e do caminho que seguimos? Pra que forçar felicidade, fingir um sentimento, sorrir na hora errada e desconfiar da pessoa certa? Malditos seres humanos inconscientes, bebados, levados pela opiniao dos demais. Malditos palhaços esquecidos, circos queimados, maquiagens forjadas. Malditos elementos essenciais, matérias insignificantes.

Futuro logo à um passo e todos estaremos completamente com as maos vazias, ao invés de carregarmos o que nos tiraram de melhor.. o amor.

Ameeeeeeeee, meu companheiro, nada melhor do que caminhar na rua e procurar o cheiro da pessoa que se ama, nada melhor do que deitar na cama e esperar sem pressa o abraço da pessoa amada, o beijo, o brilho no olhar. Amar sem querer nada em troca, sentir o coraçao pulsar sem intençao e querer demonstrar esse amor todo de uma vez só. Amar sufoca aquele se que importa menos e acalenta aquele que daria tudo pelo outro. Sinta o sabor da felicidade, de como é viver na era do fim do mundo. Como é amar em meio às guerras e suspirar diante dos canhões. Soltar bombas atomicas e deixá-las explodir de felicidade, apenas felicidade. Coraçao não suporta a mesma dor duas vezes e o destino se encarrega de mostrar a mesma dor com intensidade diferente.

Estamos nas mãos do futuro, na direçao contrária, com pessoas distintas , vestindo os mesmos calçados e suportando os mesmo pés descalços no verão escaldante, pobre pessoas que caminham em busca do fim, estamos todas erradas, vestindo a faixa oposta, lutando com o lado mais fraco, perdemos a visão, perdemos o caminho e a ventania, perdemos o guia, a bússola e a mochila, perdemos o norte, mas achamos o sul, perdemos os iguais mas achamos os supostos.

Acabamos com tudo que era nosso, mas ganhamos tudo que era deles, estamos no ano do pós, do anti-tudo, do selvagem, voltamos ao inicio mas ao mesmo tempo no fim de tudo e o que mais me admira é que a traduçao e o significado do amor nao muda.

Olhe para o lado! O brilho nos olhos daquele casal apaixonado, me lembra a era de muito na dispensa e pouco na vitrine.

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