sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel.


Querido papai noel desse ano tão cheio de voltas, queria fazer-te um pedido e espero que ele chegue a tempo para esse natal tão bom. Meu caro bom velhinho, que vens tão de longe, deve estar nevando por aí, não é? Suas renas estão boas, chegarão para me ver há tempo? Aguentarão esse frio danado? Posso ter esperanças de que você virá, ou eu estou pedindo-te meu presente de última hora?

Ele é simples, eu juro, eu prometo não incomodar mais. Prometo até dar-te um pedaço do peru, e mais algum presente meu que voce gostar, mas por favor apareça aqui e traga-o embrulhado em um papel brilhoso vermelho, com um laço bem grande branco, estou sonhando com isso há alguns meses. Pedi à estrela cadente, ao coelho da páscoa, pedi pra família, pedi pra mim mesma, mas nada de chegar, ele é caro, mas vale tanto à pena, e eu sei que mereço. Ai meu bom velhinho, me ajuda!

Eu fui desobediente esse ano, eu sei, eu deveria ter estudado mais, saido menos e não deveria ter feito algumas pessoas sofrerem, mas escuta ó... Se você me der esse presente eu prometo ficar boazinha, gentil e não reclamar mais, ele tem sido o presente mais difícil que eu quis, não tem mais no estoque e aqueles que restaram vieram com defeitos irreparáveis, eu não consigo alcançá-lo pois ele tem estado no topo da estante, e eu vejo muitas cobiçando-o, não tanto como eu, mas estão. Às vezes dói, sabe tenho de admitir por que ele é bonito demais aos meus olhos e tem mil funçoes, ele até sorri invejavelmente, PAPAI NOEL! Não é um presente perfeito?

Ele até já tem nome, idade e principios, ele tem vontades, objetivos e o coração dele bate assim como o meu, mas está faltando um empurrão, sabe? Pra ele cair da estante e se encaixar em mim, eu passo em frente àquele lugar todos os dias e o vejo, mas já desisti.
Vou te desocupar por pouco, mas leia essa carta e venha me ver, traga-o contigo, por que por aqui as coisas estão dificeis.

Eu juro que cuido dele, que dou amor, carinho e atençao, eu ja sei o que devo fazer, a loja me entregou o manual de intruçoes por que ela apostava em mim nesse natal e já sabia assim como todos os outros que ele era meu, mas nao o sinto aqui pertinho, aqueles olhos parecem distantes às vezes, corriqueiros, passageiros, creio que eles não têm parada e eu sofro assim, queitinha.

Se for me procurar, estarei com um vestido cor de rosa, florido e um sapatinho com uma flor preta, eu estarei sorrindo e explodindo de esperanças, o sapatinho também estará na janela caso voce queira me deixar um pouco de paz de espiríto e seus biscoitos estarão embaixo do pinheirinho com um copo de leite morno, eu sei que é assim que voce gosta. *-* Se eu nao estiver na janela sorrindo, eu estarei dormindo, nao me acorde, mas beije minha testa e deixe o presente embaixo das cobertas comigo, ele merece todos meus cuidados, dobrados ainda se vierem de voce.

Agora vou passar em frente à loja, nessa noite escura com um vento de arrepiar. Vou lá desejá-lo um pouco mais e ver meus olhos brilharem contra a vitrine, enquanto ele me fita, com aquele sorriso estático e aquele olhar meio por baixo.

Mas apareça meu bom velhinho, a minha esperança será a última a morrer, por que quem luta mesmo que saia um pouco machucado e desiludido, sempre há algum retorno, nem que isso sirva somente para sonhar.

Beijo

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