sábado, 9 de outubro de 2010

De costas;



Estava na hora de pegar minhas malas e me mandar dali, era inverno as pessoas ficavam mais rudes e menos convectivas. As chuvas eram diárias, a geada, a neblina, tudo era horrível, até mesmo os sentimentos desapareciam, o calor humano não era mais bem vindo. Tem coisa pior do que não se sentir amada?

Peguei o ônibus e fui rumo ao nada. Chegando lá, descarreguei minhas malas, coloquei meu óculos, minha saia e sentei na areia. O sol me queimava, os passáros cantava e aquela água refletia um azul maravilhoso, a atmosfera estava novamente comigo, éramos cúmplices, companheiras, somente eu e eu mesma. Não há nada melhor do que colocar os pensamentos no lugar, as ideais em prática, nada melhor do que consertar teorias, ajustar os problemas, desativar a solidão, sorrir sozinha, conhecer-se melhor.

Passei horas olhando para o infinito, algo me dizia que eu deveria dar as costas para os problemas, para as situações dificeis, me dar uma chance, dar-me a chance de ser feliz, até agora eu havia lutado apenas pelos outros, para reerguer pessoas com racaídas que não eram minhas, segurei a mão de pessoas desconhecidas, sorri, passei segurança e no momento de solidão, eu tinha recaídas mas não tinha alguém para me reerguer, não havia mãos para eu segurar, pessoas para sorrir e a insegurança reinava dentro de mim.

Levantei e corri, haviam pedras no caminho, elas machucariam os meus pés, eu também poderia cair mas nada me impediria de levantar, o caminho era longo, as pedras eram grandes, mas o final valia a pena, eu tinha um sorriso estampado no meu rosto, aquilosim era um bom sinal!

Sinal de que não importa se o caminho é longo ou curto, se você vai enfrentar os problemas de frente ou de costas, descalço ou com calçado, se você vai sorrir ou chorar, o que importa mesmo é como e com quem você irá chegar à luz no final do caminho ♥

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